Zelensky diz que plano de paz de Genebra foi "aperfeiçoado" após conversações entre Kiev e Washington
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Zelensky diz que plano de paz de Genebra foi "aperfeiçoado" após conversações entre Kiev e Washington

No dia em que o enviado dos EUA se vai reunir, em Moscovo, com o líder russo, Zelensky afirmou que a "Ucrânia aborda todos os esforços diplomáticos com a máxima seriedade".
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, esteve esta terça-feira, 2 de dezembro, reunido com a delegação ucraniana que o informou sobre as conversações que ocorreram no domingo com os representantes dos EUA, na Florida, tendo como ponto de partida a proposta de paz da administração de Donald Trump. "O trabalho foi baseado no documento de Genebra, e esse documento foi aperfeiçoado", disse o presidente ucraniano.

No dia em que o enviado dos EUA, Steve Witkoff, se vai reunir, em Moscovo, com Vladimir Putin, presidente da Rússia, para debater o plano de paz, Zelensky afirmou que a "Ucrânia aborda todos os esforços diplomáticos com a máxima seriedade".

De referir que o enviado especial do Kremlin, Kirill Dmitriev, afirmou esta terça-feira que a chegada à Rússia do enviado da Casa Branca é um "dia importante para a paz" na Ucrânia.

Dmitriev foi considerado um dos autores do plano de paz apresentado pelos Estados Unidos há duas semanas.

Numa mensagem publicada nas redes sociais, o chefe de Estado ucraniano disse que Kiev está empenhada "em alcançar uma paz real" e garantias de segurança. "Este é exatamente o nível de empenho que deve ser exigido da parte russa, e esta tarefa só pode ser realizada em conjunto com os nossos parceiros", considerou Zelensky, referindo a importância do envolvimento de todos os aliados da Ucrânia.

"Os nossos diplomatas estão a trabalhar ativamente com todos os parceiros para garantir que os países europeus e outros participantes na Coligação dos Dispostos estejam significativamente envolvidos no desenvolvimento de decisões", frisou.

Zelensky acusa Rússia de usar negociações para diminuir sanções ao país

Zelensky acusou a Rússia de estar a usar as negociações para pôr fim à guerra na Ucrânia como forma de “enfraquecer as sanções” contra Moscovo e prometeu divulgar provas das suas acusações.

“Os serviços de informação ucranianos vão partilhar com os seus parceiros as informações que temos sobre as verdadeiras intenções da Rússia e as suas tentativas de usar o trabalho diplomático como pretexto para enfraquecer as sanções”, avançou.

As dúvidas de Zelensky sobre as intenções de Putin foram corroboradas pelos primeiros-ministros da Finlândia, Petteri Orpo, e da Suécia, Ulf Kristersson.

“Apreciamos o facto de tantos países desejarem a paz, incluindo os Estados Unidos e países da Europa e da Ásia, mas duvidamos das ambições da Rússia a este respeito, pelo que teremos de aguardar pelo resultado das reuniões de hoje em Moscovo para avaliar as verdadeiras intenções da Rússia”, disse Kristersson numa conferência de imprensa conjunta dos dois responsáveis governamentais.

Segundo o primeiro-ministro sueco, a grande questão agora é saber se a Rússia está preparada para conduzir conversações de paz sérias, porque – na sua opinião – Moscovo não demonstrou interesse nenhum nisso até à data.

Kristersson salientou ainda que o que é realmente importante para a Europa não são as condições que a Rússia exige para um acordo de paz, mas sim aquelas que a Ucrânia considera aceitáveis.

A Rússia é alvo de pesadas sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia em resposta à invasão da Ucrânia em 2022 e anexação de territórios.

As sanções visam enfraquecer a economia russa e a sua capacidade de financiar a guerra, abrangendo áreas como finanças, energia, comércio, transporte e tecnologia.

Coincidindo com a viagem de Witkoff a Moscovo, o presidente ucraniano está hoje na Irlanda para continuar as suas visitas a países europeus que ajudaram a sustentar a luta do seu país contra a invasão russa.

As negociações para a paz têm seguido linhas paralelas, com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, a reunir-se com as autoridades ucranianas e o enviado especial Witkoff com Moscovo.

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