Volodymyr Zelensky afirmou que ainda existem visões diferentes sobre como resolver as disputas territoriais no âmbito de um futuro acordo de paz.Em entrevista à Bloomberg News, o presidente ucraniano disse que existem “visões dos Estados Unidos, da Rússia e da Ucrânia” sobre como resolver a questão, mas ainda não há "uma visão unificada sobre o Donbass”.Zelensky adiantou que a Ucrânia está a pressionar por um acordo separado sobre garantias de segurança por parte dos aliados ocidentais, principalmente dos EUA.“Há uma questão para a qual eu – e todos os ucranianos – queremos uma resposta: se a Rússia voltar a iniciar a guerra, o que farão os nossos parceiros?”, questionou Zelensky.Esta questão deverá ter um papel central na reunião desta segunda-feira de Zelensky em Londres com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Friedrich Merz..Macron, Zelensky, Starmer e Merz vão reunir-se em Londres na segunda-feira.Depois, o presidente ucraniano seguirá para a Bélgica para reunir-se com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.Em comunicado, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) dá conta de que o secretário-geral, Mark Rutte, vai receber o Presidente da Ucrânia e os dois principais representantes da União Europeia (UE) na residência oficial.Não estão previstas declarações e também não há indicações sobre o assunto ou a hora de início da reunião..Sete países da UE apoiam empréstimo de reparações para Ucrânia ficar numa posição forte. Entretanto, Paula Pinho, porta-voz da presidente da Comissão Europeia disse que o encontro vai ser pela hora do jantar, sem adiantar mais detalhes.Ainda que não seja conhecido o motivo da reunião, deverá estar relacionado com as negociações em curso, mediadas pelos Estados Unidos da América, para tentar chegar a um cessar-fogo e eventualmente um acordo de paz.A questão territorial continua a ser a mais problemática nas negociações para o fim da guerra na Ucrânia, disse esta segunda-feira à agência France-Presse um alto responsável próximo do dossiê.Segundo o alto responsável, que foi informado sobre as últimas rondas de negociações entre a Ucrânia e os Estados Unidos da América no fim de semana, aquela exigência “mantém-se e é a questão mais problemática”.“Vladimir Putin [presidente russo] não quer concluir um acordo sem território. Por isso, eles [russos] estão a analisar todas as opções para garantir que a Ucrânia cede território no Donbass, na região leste do país parcialmente ocupada pela Rússia, adiantou.A Rússia, que controla a maior parte dos Donbass, quer obter todo o território, uma exigência repetidamente rejeitada por Kiev..Negociações dos EUA continuam, mas paz entre Kiev e Moscovo é ainda uma miragem. Segundo o responsável, Washington está a pressionar a Ucrânia para que aprove rapidamente um plano para terminar a guerra, mas Kiev “não pode aceitar tudo sem examinar os detalhes”, acrescentou.Os Estados Unidos apresentaram há quase três semanas uma proposta inicial com 28 pontos, que a União Europeia e a Ucrânia consideraram que favorecia Moscovo, e que não incorporou contributos da União Europeia ou da Ucrânia.O plano previa, entre outras questões, o reconhecimento da soberania russa no Donbass e na Crimeia, anexada em 2014.Previa também a redução do exército ucraniano para 600.000 efetivos, menos 200.000 do que atualmente, e a renúncia da Ucrânia à adesão à NATO (Organização do Tratado Atlântico Norte, na sigla inglesa) inscrita na Constituição do país.Destinado a pôr fim ao conflito desencadeado pela ofensiva russa contra a Ucrânia em fevereiro de 2022, o plano foi alterado substancialmente após várias sessões de negociações com os ucranianos em Genebra (Suíça) e na Florida (EUA), para tentar alterar o texto em favor de Kiev.O documento foi apresentado na terça-feira ao presidente russo, durante uma visita a Moscovo do enviado presidencial norte-americano, Steve Witkoff, e do genro do presidente norte-americano e mediador informal, Jared Kushner..Trump descreve encontro entre enviados dos EUA e Putin como “muito bom”. Após três dias de negociações na Florida entre as autoridades ucranianas e norte-americanas, não houve avanços significativos no sábado.No entanto, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu continuar as negociações em busca de uma “verdadeira paz”, enquanto a Rússia tem feito novos ataques com drones e mísseis contra a Ucrânia.A retirada do Donbass, a renúncia ucraniana a ingressar na NATO, as garantias de segurança e as reparações russas no pós-guerra são algumas das questões que dividem as duas partes nas negociações sob mediação dos Estados Unidos.A União Europeia não só criticou estas propostas, como também lamentou a exclusão do bloco comunitário europeu de todo o processo que possivelmente desenhará a arquitetura de segurança da Europa nos próximos anos.As autoridades ucranianas e russas encontraram-se com as de Washington em várias ocasiões e a Casa Branca está a redesenhar o plano, mas a UE continua a ser excluída.Em simultâneo, os países da União Europeia têm duas semanas para chegar a acordo sobre o financiamento para a Ucrânia para 2026 e 2027..Sete países da UE apoiam empréstimo de reparações para Ucrânia ficar numa posição forte. Em cima da mesa está uma proposta apresentada na última quarta-feira pela Comissão Europeia com um enquadramento legal para a utilização dos recursos russos em território da UE que estão imobilizados por causa das sanções.No entanto, a proposta não reúne consenso entre os Estados-membros do bloco político-económico europeu.Dos 27 Estados-membros da UE, 23 são também Estados-membros da NATO e tanto a UE como a NATO concordaram em reforçar as sinergias em matérias de defesa e apoio à Ucrânia.A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, desencadeando o pior conflito armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, que fez centenas de milhares de mortos e milhões de refugiados.