Ucrânia voltou a lançar drones em direção a Moscovo. Aeroportos da capital russa suspenderam operações
As defesas aéreas russas abateram entre a noite de segunda-feira e hoje 105 ‘drones’ ucranianos de asa fixa em 11 regiões do país, incluindo Moscovo, informou esta terça-feira o Ministério da Defesa russo na rede social Telegram. É a segunda noite consecutiva que as forças de Kiev lançam drones em direção à capital russa.
De acordo com o relatório militar, um total de 19 ‘drones’ foram intercetados perto de Moscovo, onde será realizado um desfile militar na sexta-feira para comemorar o 80.º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazi, um evento para o qual estão convidados cerca de 20 líderes estrangeiros.
O presidente da Câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, declarou no Telegram que os ‘drones’ abatidos estavam a convergir para a capital a partir de “direções distintas”.
Após o início do ataque, à meia-noite, todos os aeroportos de Moscovo suspenderam as operações, que foram retomadas algumas horas depois.
O comando militar russo informou que a maioria dos ‘drones’ ucranianos foi abatida nas regiões de fronteira com a Ucrânia, como Bryansk (32), Voronezh (22), Belgorod (6), Kursk (1) e Rostov (1).
As defesas antiaéreas intercetaram ‘drones’ noutras cinco regiões russas: em Penza (10), Kaluga (9), Lipetsk (2), Samara (2) e Vladimir (1).
Ataque russo faz um morto em Odessa
Já na Ucrânia, um ataque russo com drones fez um morto em Odessa. De acordo com o governador regional, foram destruídos vários alvos civis na cidade portuária durante o ataque noturno.
A cidade de Kharkiv, no nordeste do país, foi também alvo de ataques das forças de Moscovo, segundo as autoridades locais. Pelo menos 11 pessoas ficaram feridas na região.
O presidente russo, Vladimir Putin, recorde-se, anunciou uma trégua de três dias, no dia 28 de abril, para assinalar o 80.º aniversário da vitória sobre os nazis na II Guerra Mundial.
O cessar-fogo entrará em vigor à meia-noite de quarta para quinta-feira e expirará 72 horas depois, à meia-noite de sábado para domingo, disse o Kremlin, pedindo à Ucrânia que apoie a medida.
No entanto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou a iniciativa de Putin como um "gesto teatral" e insistiu na necessidade de um cessar-fogo de pelo menos 30 dias.
"Porquê um cessar-fogo de 30 dias? Porque é impossível acordar o que quer que seja em três, cinco ou sete dias", argumentou o presidente ucraniano.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).