O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksandr Sirsky, informou esta terça-feira, 11 de novembro, que as forças russas capturaram três povoações no distrito de Zaporijia (leste), apesar de “perdas consideráveis” sofridas pelo invasor."A situação deteriorou-se consideravelmente nas direções de Oleksandrivka e Huliaipole, onde o inimigo, aproveitando a sua superioridade numérica em forças e equipamento, avançou e capturou três povoações durante intensos combates", publicou Sirsky no Facebook.O chefe do Estado-Maior ucraniano não especificou os nomes das três localidades que ficaram sob controlo russo."Os soldados do Grupo de Forças do Sul estão envolvidos em intensos combates na região de Rivnopillia e Yablukove. Estão a ser implementadas medidas de apoio correspondentes", acrescentou o comandante-chefe ucraniano."Com fogo combinado, foram infligidas ao agressor perdas consideráveis", adiantou."Cada metro do nosso território custa à Rússia centenas de vidas de soldados", afirmou Sirsky.Antes, as forças ucranianas anunciaram a retirada das suas forças das cidades de Novouspenivske, Nove, Okhotniche, Uspenivka e Novomikolaivka.No distrito de Donetsk, as Forças Armadas da Ucrânia admitiram esta terça-feira que mais de 300 soldados russos entraram na cidade de Pokrovsk.As autoridades ucranianas indicaram que as forças russas aproveitaram as condições meteorológicas adversas para intensificarem "com sucesso" os esforços para entrarem na cidade de Pokrovsk..Ucrânia admite que mais de 300 soldados russos entraram na cidade de Pokrovsk. A zona onde se registam os combates, situada no leste da Ucrânia, foi um centro industrial e mineiro e é considerada essencial para as comunicações das forças ucranianas.Segundo o 7.º Corpo Aerotransportado das Forças Armadas da Ucrânia o objetivo da Rússia é alcançar a fronteira norte e, posteriormente, tentar cercar a frente de combate.Os militares ucranianos acrescentaram que, apesar da presença de militares russos na cidade, as forças de Kiev continuam a combater, reportando 162 soldados russos mortos em combate e 39 feridos, desde o início de novembro..Ataque russo danifica infraestruturas em Odessa. De acordo com dados oficiais de Kiev, a cidade de Pokrovsk era habitada por mais de 60 mil habitantes, antes da guerra.Atualmente, estima-se que sete mil civis ainda se encontrem na cidade e periferia de Pokrovsk. Segundo afirmou Syrskyi na segunda-feira, Moscovo enviou cerca de 150 mil soldados — dos cerca de 700 mil em território ucraniano — na direção de Pokrovsk, com poderosos grupos mecanizados e quatro brigadas de fuzileiros navais.O objetivo da Rússia é cercar Pokrovsk e as cidades vizinhas pelo norte, sul e leste, estrangulando as linhas de abastecimento e expulsando os restantes civis, na sua mais recente manobra para capturar toda a região de Donetsk, adiantou. Mas o comandante-chefe ucraniano rejeitou as alegações da TV estatal russa e de propagandistas nas redes sociais de que Pokrovsk caiu e que os ucranianos estão encurralados, afirmando que um contra-ataque ucraniano em setembro custou aos invasores "cerca de 13.000" baixas e permitiu às forças ucranianas recuperar mais de 427 quilómetros quadrados. A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente. A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). No plano diplomático, a Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda pelo menos quatro regiões - Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia - além da península da Crimeia, anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental). Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo. Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais.