Trump promete "verdadeiro inferno" se Hamas não libertar reféns até sábado
O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump classificou esta segunda-feira a ameaça do Hamas de adiar a próxima libertação de reféns como terrível, prometendo "um verdadeiro inferno" caso não sejam "todos trazidos de volta até ao meio-dia de sábado".
O chefe de Estado norte-americano sublinhou que Israel deve cancelar o acordo de cessar-fogo com o movimento islamista palestiniano se este prazo for ultrapassado.
Para o Hamas, estas declarações "são inúteis e só complicam as coisas". "Trump deve lembrar-se que existe um acordo de tréguas que deve ser respeitado por ambos os lados e que esta é a única forma de trazer os prisioneiros de volta", disse Sami Abu Zouhri, um líder do movimento islamista palestiniano, à AFP. "A linguagem das ameaças não vale nada e só complica as coisas", acrescentou.
O braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qasam, anunciou esta segunda-feira que a troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos não será realizada no próximo sábado devido às "violações inimigas" dos termos do acordo de cessar-fogo.
"Por conseguinte, a entrega dos prisioneiros sionistas, cuja libertação estava prevista para o próximo sábado, 15 de fevereiro de 2025, será adiada até nova ordem", declarou o grupo islamita radical em comunicado.
Abu Obeida, porta-voz das Brigadas Al-Qassam, acusou Israel de violar sistematicamente o acordo de cessar-fogo nas últimas três semanas e disse que a libertação de sábado seria adiada.
Israel e o Hamas estão no meio de um cessar-fogo de seis semanas, durante o qual se prevê que o Hamas liberte dezenas de reféns capturados no ataque de 07 de outubro de 2023 em troca de quase 2.000 prisioneiros palestinianos.
Desde a entrada em vigor do cessar-fogo, no mês passado, as duas partes procederam a cinco trocas, libertando 21 reféns e mais de 730 prisioneiros.
A próxima troca estava prevista para sábado, com a libertação de três reféns israelitas em troca de centenas de prisioneiros palestinianos.