Suíça reativa rede de 8000 bunkers do tempo da guerra

Suíça reativa rede de 8000 bunkers do tempo da guerra

Os cortes orçamentais e a alteração das prioridades de defesa levaram a que muitas das instalações fossem vendidas a civis. Vendas pararam em 2023 na sequência da guerra na Ucrânia.
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Originalmente construídos para proteger locais estratégicos, como a linha férrea de São Gotardo e os desfiladeiros alpinos, o sistema de bunkers tornou-se um componente-chave do Reduto Nacional Suíço, uma rede de fortificações concebida para repelir invasões durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. Hoje esta rede de abrigos está a ser recuperada e modernizada pelo exército suíço, refletindo as preocupações das autoridades do país com a segurança, sobretudo depois da invasão russa da Ucrânia, em 2022.

São mais de 8000 bunkers espalhados pelo país, alguns construídos nos anos 1880. Mas se os abrigos estiveram outrora equipados com sistemas de defesa avançados para proteção contra as ameaças de mísseis soviéticos, a sua utilização diminuiu após a Guerra Fria. Os cortes orçamentais e a alteração das prioridades de defesa levaram a que muitas das instalações fossem vendidas a civis.

As vendas foram todas suspensas em 2023, com o exército suíço a procurar as melhores formas de os recuperar e voltar a ativar. "Temos de fazer o melhor uso possível do que temos", afirmou Thomas Süssli, chefe do Estado-Maior do exército suíço ao Swissinfo. O militar acrescentou: "A natureza das ameaças militares mudou. Os bunkers não estão nas melhores localizações e as armas que contêm só vão durar mais dez ou 20 anos".

Para os renovar, o exército está à procura de soluções inovadoras e de baixo custo. E em setembro vai organizar um Dia da Inovação em que os interessados poderão apresentar as suas propostas.

O objetivo é tornar estes velhos bunkers em "nós de defesa difíceis de atacar".

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