"Para Putin, a minha mensagem é clara. Pare a guerra na Ucrânia. Pare de violar o espaço aéreo aliado. E saiba que estamos prontos, que estamos vigilantes e que defenderemos cada centímetro do território da NATO". Foi com estas palavras dirigidas ao presidente russo que Mark Rutte, secretário-geral da Aliança Atlântica, reagiu após a Polónia, país membro da NATO, ter informado que abateu drones russos que invadiram o seu espaço aéreo na última noite. Embora tenha referido que uma "avaliação completa" aos últimos desenvolvimentos "ainda está em curso", Rutte afirmou esta quarta-feira, 10 de setembro, que "quer tenha sido intencional ou não, é absolutamente imprudente". "É absolutamente perigoso", reforçou.Rutte afirmou ainda que houve uma "reação muito bem sucedida da NATO, dos aliados, incluindo a Polónia, mas também dos holandeses, dos italianos, dos alemães". "Temos sempre de garantir que estamos um passo à frente", defendeu perante os últimos acontecimentos. O embaixador dos EUA na NATO, Matthew Whitaker, também fez saber que Washington apoia os seus aliados na Aliança Atlântica perante "estas violações do espaço aéreo".Whitaker declarou, nas redes sociais, que os EUA "defenderão cada centímetro do território da NATO"..Rússia diz que "não houve intenção" de atacar alvos na Polónia. Drones estavam "claramente" direcionados, afirma Alemanha.O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, afirmou, segundo a AFP, que os drones russos que violaram o espaço aéreo polaco estavam "claramente" direcionados "para este percurso" e "não precisavam de voar por esta rota para chegar à Ucrânia". "Não há absolutamente nenhuma razão para acreditar que se tratou de um erro de correção de rota ou algo do género", afirmou o ministro alemão nas declarações que proferiu no parlamento alemão.A Rússia já revelou, entretanto, a sua versão do que aconteceu na última noite ao garantir que não pretendeu visar alvos na Polónia."Não houve intenção de atacar quaisquer alvos no território da Polónia", declarou o Ministério da Defesa russo em comunicado, em inglês, no qual Moscovo não nega nem confirma a entrada dos seus drones no espaço aéreo polaco."Estamos prontos para realizar consultas sobre este assunto com o ministério da Defesa polaco", informou a nota do gabinete do ministro russo Andrey Belousov. O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk revelou, anteriormente, que foram registadas, no total, 19 "intrusões", tendo sido abatidos quatro drones russos no espaço aéreo do país. .Polónia, membro da NATO, abate drones russos que invadiram o seu espaço aéreo ."Estamos muito provavelmente a lidar com uma provocação em larga escala", disse o primeiro-ministro polaco, que solicitou a ativação do artigo 4.º da NATO, que permite consultas entre todos os aliados em caso de ameaça."O facto de estes drones, que representavam uma ameaça à segurança, terem sido abatidos altera a situação política. Por conseguinte, as consultas com os aliados assumiram a forma de um pedido formal para ativar o artigo 4.º do Tratado da NATO", explicou Tusk"Não tenho motivos para afirmar que estamos à beira de uma guerra, mas uma linha foi ultrapassada e é incomparavelmente mais perigoso do que antes", disse ainda o chefe de governo polaco. "Esta situação aproxima-nos, mais do que nunca, de um conflito aberto desde a Segunda Guerra Mundial", disse Donald Tusk. .Tusk: "Esta situação aproxima-nos mais do que nunca de um conflito aberto desde a Segunda Guerra Mundial".