O comando militar da Polónia afirmou que drones violaram repetidamente o espaço aéreo polaco durante o ataque russo na fronteira, no oeste da Ucrânia, mas que as operações contra essas violações já foram concluídas, segundo informação da Reuters. Foi a primeira vez que um ataque russo invadiu espaço de um membro da Aliança do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês). O aeroporto Chopin, em Varsóvia, esteve encerrado durante várias horas, e os responsáveis alertam para a possibilidade de disrupções e atrasos ao longo do dia. O aeroporto de Lublin, no leste da Polónia, continua fechado.Dois sistemas de defesa aérea Patriot alemães terão sido destacados para a Polónia. Terão ajudado a detetar os drones russos sobre o território polaco, segundo a agência de notícias, que cita uma fonte.O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, convocou uma reunião de emergência do seu governo, com as forças militares e os serviços nacionais de emergência, após a violação do seu espaço aéreo."Na última noite, o espaço aéreo polaco foi violado por um grande número de drones russos. Os drones que representavam uma ameaça direta foram abatidos. Estou em comunicação constante com o Secretário-Geral da NATO e os nossos aliados", informou Tusk nas redes sociais..Possibilidade de um conflito militar está "mais próxima do que em qualquer outro momento desde a Segunda Guerra Mundial".Chefe do governo polaco afirmou que foram registadas 19 "intrusões" no espaço aéreo da Polónia durante a noite, tendo sido abatidos quatro drones.A possibilidade de um conflito militar está "mais próxima do que em qualquer outro momento desde a Segunda Guerra Mundial", alertou Donald Tusk, citado pela imprensa internacional."Estamos muito provavelmente a lidar com uma provocação em larga escala", disse o primeiro-ministro polaco. Varsóvia solicitou, entretanto, a ativação do artigo 4.º da NATO, que permite consultas entre todos os aliados em caso de ameaça. "O facto de estes drones, que representavam uma ameaça à segurança, terem sido abatidos altera a situação política. Por conseguinte, as consultas com os aliados assumiram a forma de um pedido formal para ativar o artigo 4.º do Tratado da NATO", explicou Tusk, citado pela Reuters, referindo que o país precisa de mais do que manifestações de solidariedade..Antes das declarações de Tusk sobre o número de aparelhos que violaram o espaço aéreo polaco, o comando militar do país informou que os radares rastrearam mais de 10 drones e aqueles que poderiam representar uma ameaça foram "neutralizados"."As buscas e os esforços para localizar os locais potenciais de queda destes objetos estão em curso", afirmou num comunicado. O comando agradeceu ao comando aéreo da NATO e aos caças F-35 da força aérea holandesa pela assistência.As pessoas foram aconselhadas a permanecer em casa, com as regiões de Podlaskie, Mazowieckie e Lublin como as de maior risco. "Este é um ato de agressão que representou uma ameaça real à segurança dos nossos cidadãos", escreve ainda o mesmo orgão de segurança. De acordo com um porta-voz da NATO, citado pela Reuters, o secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, estava em contacto com os líderes polacos. A Reuters dá conta que, de acordo com uma fonte, a NATO não está a tratar o incidente como um ataque, mas como uma incursão intencional.De acordo com os media polacos, um drone russo atingiu um prédio residencial na região de Lublin. Terão sido danificados o telhado do edifício e o estacionamento, noticia a Polsat News.A publicação cita um inspetor da polícia local, para adiantar que "os restos de um drone russo caíram sobre uma casa residencial na cidade de Wyryki Wola". ."Acusações infundadas", diz diplomata russo na Polónia.A primeira reação de Moscovo às acusações da Polónia surgem através de um diplomata russo em Varsóvia. "Consideramos as acusações infundadas. Não foram apresentadas provas de que estes drones sejam de origem russa", afirmou o encarregado de negócios da Rússia na Polónia, Andrei Ordash, em declarações divulgadas pela agência notícias estatal russa RIA Novosti.Perante os últimos acontecimentos, Andrei Ordash revelou que foi convocado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco.. Von der Leyen denuncia “violação sem precedentes” do espaço aéreo da Polónia.A presidente da Comissão Europeia reagiu ao denunciar, no discurso sobre o Estado da União, a “imprudente violação sem precedentes” de drones russos no espaço aéreo polaco, manifestando “total solidariedade” da UE com a Polónia.“Hoje vimos uma imprudente violação sem precedentes do espaço aéreo da Polónia e da Europa […]. A Europa manifesta total solidariedade com a Polónia”, declarou Ursula von der Leyen..Costa preocupado com "violação inaceitável" do espaço aéreo polaco pela Rússia.O presidente do Conselho Europeu, António Costa, classificou como uma “violação inaceitável” a invasão do espaço aéreo polaco pela Rússia e advertiu que é uma “recordação gritante” da necessidade de reforçar a segurança da União Europeia (UE).“Os acontecimentos da última noite são uma recordação gritante de que a segurança de um é a segurança de todos”, escreveu António Costa nas redes sociais, expressando “total solidariedade” para com a Polónia depois de uma “violação inaceitável da Rússia do espaço aéreo”.O ex-primeiro-ministro de Portugal acrescentou que as violações dos territórios dos países da UE representam uma “ameaça direta à segurança de todos os europeus e às infraestruturas críticas”.“A Polónia tem o direito de tomar as medidas necessárias para defender a sua soberania”, completou António Costa.."Inaceitável", afirma Macron e "imprudente", diz Keir Starmer.O presidente francês, Emmanuel Macron, considerou que "a incursão de drones russos no espaço aéreo polaco durante um ataque conduzido pela Rússia contra a Ucrânia é simplesmente inaceitável". Condenou a situação "com a maior veemência", manifestando "ao povo polaco e ao seu governo" a "total solidariedade" de França. "Em breve, conversarei com o Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte. "Não faremos concessões à segurança dos Aliados", concluiu na mensagem publicada nas redes sociais.."Esta foi uma ação extremamente imprudente da Rússia e só serve para nos lembrar do desrespeito flagrante do presidente Putin pela paz e do bombardeamento constante que os ucranianos inocentes enfrentam todos os dias", reagiu o primeiro-ministro britânico.Keir Starmer falou ainda que o "ataque bárbaro desta manhã à Ucrânia e a violação flagrante e sem precedentes do espaço aéreo polaco e da NATO por drones russos são profundamente preocupantes". ."Precedente extremamente perigoso para a Europa", diz Zelensky. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a Rússia usou 415 drones e 40 mísseis em ataques à Ucrânia durante a noite, acrescentando que pelo menos 8 drones "tinham como alvo a Polónia"."Um precedente extremamente perigoso para a Europa", disse ele. "É necessária uma resposta forte – e só pode ser uma resposta conjunta de todos os parceiros: Ucrânia, Polónia, todos os europeus, os Estados Unidos". .Suécia, Noruega e Letónia consideram inaceitável violação russa do espaço aéreo polaco.Os Governos da Suécia, Noruega e Letónia consideraram inaceitável a violação do espaço aéreo polaco pela Rússia e manifestaram o seu apoio à Polónia, sublinhando que os aliados "devem trabalhar em conjunto"."A violação russa do espaço aéreo polaco esta noite é inaceitável. A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia representa uma ameaça à segurança de toda a Europa", disse o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, na rede social X. .A Polónia, segundo Kristersson, "tem todo o direito de defender o seu espaço aéreo"."Oferecemos o nosso total apoio, enquanto aliados da NATO e membros da União Europeia (UE). A Suécia e a Polónia mantêm-se unidas no seu apoio à Ucrânia", acrescentou Kristersson.O presidente da Letónia, Edgars Rinkēvičs, fez uma declaração semelhante, expressando o "total apoio e solidariedade" do seu país à Polónia.De acordo com Rinkēvičs, o que aconteceu durante a madrugada é um "claro testemunho" de que a agressão russa na Ucrânia os afeta diretamente e que devem ser tomadas as medidas adequadas."Os aliados estão e devem continuar a trabalhar em conjunto", afirmou também no X. . O ministro dos Negócios Estrangeiros da Noruega, Espen Barth Eide, acrescentou na mesma plataforma que a violação do espaço aéreo polaco por parte da Rússia é "profundamente preocupante"."Saúdo a estreita coordenação entre as autoridades polacas e a NATO. A Noruega reafirma o seu forte apoio à nossa aliada Polónia e o nosso compromisso mútuo com a segurança europeia", concluiu o líder norueguês.. O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou repetidamente que as alegações da Europa Ocidental de que a Rússia poderia um dia atacar membros da NATO são absurdas e pretendem apenas retratar a Rússia como inimiga. A Rússia afirma que não tem intenção de provocar uma guerra com a aliança militar liderada pelos EUA.Com Susete Henriques e Lusa