Putin visita Kursk depois de Rússia anunciar expulsão das tropas ucranianas. Ataque de Moscovo faz seis mortos
Pela primeira vez desde que Moscovo anunciou a expulsão de tropas de Kiev de Kursk, no final de abril, o presidente russo visitou esta região que faz fronteira com a Ucrânia, informou esta quarta-feira o Kremlin.
A visita aconteceu na terça-feira e, segundo a presidência russa, Vladimir Putin esteve numa central nuclear e reuniu-se com organizações de voluntários.
O líder russo foi visto, nas imagens transmitidas pela televisão estatal, ao lado de dirigentes locais, entre os quais o governador em exercício Alexander Khinshtein, segundo a Sky News.
Na visita a Kursk, Putin estava acompanhado por Sergei Kiriyenko, primeiro vice-chefe de gabinete do Kremlin.
No início de agosto do ano passado, recorde-se, a Ucrânia lançou uma ofensiva em território russo, chegando a reivindicar cerca de 1400 quilómetros quadrados de Kursk, naquela que foi considerada como a maior incursão em território russo desde a Segunda Guerra Mundial, segundo a imprensa internacional.
A visita do líder russo a Kursk acontece após o telefonema com o presidente dos EUA, Donald Trump. Putin considerou que a conversa foi "franca e significativa", tendo mostrado disponibilidade para discutir o fim dos combates, reiterando, porém, a necessidade de "eliminar as causas profundas desta crise".
Já o presidente norte-americano revelou, após a conversa telefónica com Putin, que a Rússia e a Ucrânia iriam "iniciar imediatamente negociações para um cessar-fogo".
A visita à região de Kursk decorreu no dia em que um ataque russo com mísseis matou seis soldados e feriu mais de 10 durante exercícios num campo de tiro da unidade militar na região de Sumy, segundo a guarda nacional ucraniana.
Uma investigação interna está em curso e o comandante da unidade militar foi suspenso, informaram as autoridades ucranianas.
Segundo o jornal Kiyv Post, as primeiras notícias sobre este ataque foram dadas pelas agências estatais russas.
O Ministério da Defesa da Rússia disse ter utilizado um míssil Iskander no ataque para matar "até 70 soldados ucranianos num campo de treino" na região, mas a Ucrânia não confirmou este número de vítimas, segundo o jornal.
O Ministério da Defesa da Rússia fez saber, entretanto, esta quarta-feira que mais de 159 drones ucranianos foram abatidos sobre o território russo, a maioria sobre as regiões ocidentais do país. Mas pelo menos seis drones foram abatidos sobre a região da capital Moscovo.