Nicolás Maduro tomou posse na sexta-feira para um terceiro mandato de seis anos.
Nicolás Maduro tomou posse na sexta-feira para um terceiro mandato de seis anos.EPA/RONALD PENA R.

Maduro avisa que a Venezuela está pronta para “defender a soberania”

Presidente venezuelano respondeu a antigo líder colombiano Álvaro Uribe, que pediu intervenção internacional, apoiada pela ONU, para o afastar do poder. Também o G7 denunciou “falta de legitimidade democrática da alegada investidura” de Maduro como chefe de Estado.
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O presidente Nicolás Maduro avisou que a Venezuela está a preparar-se para “se algum dia” for necessário “pegar em armas para defender o direito à paz e à soberania”, sublinhando que Caracas não está sozinha neste objetivo. Uma resposta ao antigo presidente da Colômbia Álvaro Uribe, que pediu uma intervenção internacional para o afastar do poder.

“A Venezuela tem-se preparado, juntamente com Cuba, com a Nicarágua, com os nossos irmãos mais velhos do mundo, para que, se um dia tivermos de pegar nas armas para defender o direito à paz, o direito à soberania e os direitos históricos da nossa pátria, possamos travar a batalha e voltar a ganhá-la”, declarou o venezuelano no sábado à noite, no Festival Internacional Mundial Antifascista, durante o qual sublinhou que o país está preparado para “dar batalha na luta armada e voltar a ganhar”.

Num discurso inflamado, Maduro insistiu que “Álvaro Uribe Vélez, é um triste paramilitar e traficante de droga, assassino e criminoso”, sublinhando que “não nascemos no dia dos cobardes ou dos pusilânimes. Não somos líderes tíbios. Somos a revolução bolivariana do século XXI. Que ninguém se equivoque sobre a Venezuela. Que ninguém se engane connosco. Se for a bem, a bem avançaremos. E se for a mal, os venceremos. Para que respeitem o nosso povo”.

“Hoje [sábado] a pedir a intervenção militar na Venezuela, cobarde. Vem para a frente das tropas. Álvaro Uribe, espero por ti no campo de batalha, covarde, ruim, fascista, criminoso, narcotraficante. Mostra a cara, não mandes outros, criminoso. Abaixo Uribe, abaixo o fascismo e acima o povo”, prosseguiu o presidente da Venezuela. E acrescentou que “ninguém quer a intervenção militar que Uribe está a pedir. Ninguém quer mais sanções, ninguém quer mais violência”, sublinhando que os venezuelanos querem “democracia, liberdade, entendimento, harmonia, reconciliação e reencontro” e que “é isso o que vai haver”.

O antigo presidente da Colômbia Álvaro Uribe pediu no sábado uma intervenção internacional, apoiada pela ONU, para afastar o presidente venezuelano do poder. Pedido feito um dia depois de Maduro tomar posse para um terceiro mandato de seis anos, apesar de a oposição contestar os resultados das presidenciais. “Pedimos uma intervenção internacional, de preferência apoiada pelas Nações Unidas, para remover estes tiranos do poder e convocar imediatamente eleições livres”, declarou Uribe num evento político em Cúcuta, nas proximidades da fronteira colombiano-venezuelana.

Com uma bandeira da Venezuela nas mãos, Álvaro Uribe participou numa “concentração pela liberdade” da Colômbia e da Venezuela e manifestou apoio aos líderes da oposição venezuelana, María Corina Machado e Edmundo González, que disse serem “campeões universais da democracia”. O colombiano apelou ainda às Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela para que “cumpram as suas funções de acordo com a Constituição” venezuelana e “ajudem a desalojar a ditadura”.

Também os líderes do G7 - Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e EUA - denunciaram “a falta de legitimidade democrática da alegada investidura de Nicolás Maduro” e condenaram “de forma enérgica” a repressão que está a ocorrer na Venezuela contra a sociedade civil e membros da oposição, incluindo María Corina Machado.

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