A presidência russa considerou esta terça-feira, 9 de dezembro, falsas as acusações de que Vladimir Putin quer restaurar a URSS e de que pretende atacar a NATO. Quem o diz é o porta-voz do Kremlin que reage, assim, às afirmações recentes do chanceler alemão. Na segunda-feira, Friedrich Merz afirmou que o líder russo queria restaurar a "antiga União Soviética". Uma alegação desmentida por Dmitry Peskov depois de o chanceler alemão ter ainda referido a importância da Europa em se defender perante aquilo que considerou serem claras intenções russas de atacar a Aliança Atlântica, indica a Reuters."Isso não é verdade", disse o porta-voz do Kremlin. "Vladimir Putin não quer restaurar a URSS porque é impossível, e ele próprio já o disse repetidamente", sublinhou Peskov numa reação às alegações de Merz. "Dizer tais coisas significa desrespeitar os nossos parceiros e aliados na Comunidade dos Estados Independentes - CEI -, a estrutura de integração mais avançada. Aparentemente, o senhor Merz não sabe disso", adiantou.Sobre a acusação de que Moscovo poderia estar a preparar-se para um ataque à NATO, o porta-voz do Kremlin afirmou: "Isso é pura estupidez". .Após reuniões com aliados, Zelensky apresenta contraproposta aos EUA.As afirmações que chegam da presidência russa acontecem numa altura em que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, está a desenvolver contactos diplomáticos na Europa. Esta terça-feira esteve já reunido com o Papa. Leão XIV reiterou a "necessidade de continuar o diálogo" para o fim da guerra na Ucrânia, em curso há quase quatro anos, e "expressou o seu desejo urgente de que as atuais iniciativas diplomáticas conduzam a uma paz justa e duradoura”, referiu o Vaticano, em comunicado. Também para esta terça-feira, Zelensky tem agendado um encontro com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, depois de ter estado reunido com o chefe do governo britânico, Keir Starmer, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o presidente francês, Emmanuel Macron. Um périplo diplomático do chefe de Estado ucraniano que deverá apresentar esta terça-feira a Washington uma contraproposta do plano de paz proposto pelos EUA. Afastada está a cedência de território, uma questão fundamental para Moscovo. “Não temos qualquer direito legal de o fazer, ao abrigo da lei ucraniana, da nossa Constituição e do direito internacional. E também não temos qualquer direito moral”, argumentou Zelensky.."Terror dos drones". Pelo menos dois mortos e cinco feridos em ataques russos a Kherson, no sul da Ucrânia