O Hamas não vai participar na assinatura oficial do acordo de paz com Israel, disse este sábado, 11 de outubro, um dirigente do movimento islamista à AFP.Israel e o Hamas concluíram na quinta-feira, no Egito, um acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor na sexta-feira, prevendo a libertação dos reféns detidos em Gaza dentro de 72 horas em troca de prisioneiros detidos por Israel.Este acordo, que será assinado segunda-feira e onde estará, entre outros o presidente francês Emmanuel Macron, baseia-se num plano anunciado no final de setembro por Donald Trump para pôr fim a dois anos de guerra no território palestino.O responsável do Hamas, em entrevista à agência France Presse (AFP), classificou ainda de "absurda" a ideia de expulsar os membros daquele grupo islamista da Faixa de Gaza."Os dirigentes do Hamas presentes na Faixa de Gaza estão na sua terra, a terra onde viveram, com as suas famílias e o seu povo. Portanto, é natural que lá permaneçam", disse, considerando que expulsar palestinianos, sejam eles membros do Hamas ou não, "não tem sentido".Hossam Badran garantiu também que o Hamas irá "repelir a agressão", caso Israel retome a ofensiva em Gaza.Sobre o acordo de paz, o dirigente afirmou que o grupo espera negociações "muito mais complexas" na segunda fase do acordo anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.Um outro responsável disse entretanto que "está fora de questão" o desarmamento deste grupo previsto no plano de paz do presidente norte-americano Donald Trump para pôr fim à guerra em Gaza. "A entrega das armas proposta está fora de questão e não é negociável", afirmou, à AFP, sob condição de anonimato.Israelitas transferem presos antes do previstoAs autoridades israelitas reagruparam entretanto os prisioneiros palestinianos que serão libertados na troca com reféns ainda detidos em Gaza prevista no acordo de cessar-fogo com o Hamas, foi anunciado este sábado.Os presos palestinianos foram transferidos para as prisões de Ofer (na Cisjordânia ocupada) e de Ktziot (sul de Israel), "aguardando instruções das autoridades políticas e continuação das operações que permitirão o regresso a Israel dos reféns", afirmaram este sábado os serviços prisionais israelitas.O reagrupamento e transferência destes prisioneiros surge depois de Israel e o grupo islamista Hamas terem anunciado na quarta-feira à noite um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza..Zvia Valdan: "O meu pai, Shimon Peres, dizia que a guerra não oferece futuro. Só a paz oferece futuro".O acordo, que prevê a libertação de palestinianos e o regresso a Israel dos reféns que ainda permanecem na Faixa de Gaza, é a primeira fase de um plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após negociações indiretas mediadas pelo Egipto, Qatar, Estados Unidos e Turquia.O acordo prevê que Israel liberte de 250 presos palestinianos, bem como 1.700 habitantes de Gaza detidos após o ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023, mas que não estiveram envolvidos nos ataques, incluindo todas as mulheres e crianças detidas nesse contexto.Os presos e detidos que serão libertados na Cisjordânia ocupada foram transferidos para Ofer, já os que regressam à Faixa de Gaza foram transferidos para Ktziot..Autoridades de Gaza estimam em 7.000 os mortos sob os escombros. Segundo o diário israelita Haaretz, dos 250 presos, 159 estão ligados à Fatah (no poder na Cisjordânia) e 63 ao Hamas (que controla a Faixa de Gaza), com os restantes a não terem filiação específica ou a estarem vinculados à Frente Popular de Libertação da Palestina ou à Jihad Islâmica.Esta fase da trégua entre Israel e Hamas envolve a retirada parcial do Exército israelita para a denominada "linha amarela" demarcada pelos Estados Unidos, linha divisória entre Israel e Gaza e a libertação de 20 reféns em posse do Hamas, além dos prisioneiros e detidos palestinianos..Cessar-fogo entra em vigor esta sexta-feira em Gaza e reféns devem ser libertados na segunda-feira. E depois?.Enviados especiais dos EUA Steve Witkoff e Jared Kushner visitaram Faixa de GazaOs enviados especiais dos Estados Unidos para o Médio Oriente Steve Witkoff e Jared Kushner estiveram este sábado na Faixa de Gaza com o chefe do Estado-Maior de Israel, Eyal Zamir.De acordo com o exército israelita, citado pela agência France-Presse (AFP), Steve Witkoff e Jared Kushner, genro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fizeram uma visita à Faixa de Gaza, ao segundo dia de um cessar-fogo entre Israel e o movimento radical palestiniano Hamas.A visita foi conduzida pelo chefe do Estado-Maior de Israel, o tenente-general Eyal Zamir, e contou ainda com a presença do comandante norte-americano para o Médio Oriente, o almirante Brad Cooper.Esta deslocação ao enclave palestiniano acontece no âmbito dos preparativos para o estabelecimento da missão de observação do cessar-fogo liderada pelos Estados Unidos.A estação televisiva Fox News noticiou que esta visita serviu para confirmar a retirada parcial das forças militares israelitas, que é uma condição indispensável para garantir a libertação dos reféns israelitas por parte do Hamas, em troca de centenas de palestinianos detidos em prisões israelitas.Segundo a AFP, Steve Witkoff e Jared Kushner também estiveram num encontro organizado pelas famílias dos reféns detidos pelo Hamas em Gaza, quando se aguarda a libertação de pelo menos 48 pessoas — vivas e mortas — no âmbito do acordo entre Israel e o movimento radical.Israel e Hamas anunciaram na quarta-feira à noite um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, primeira fase de um plano de paz proposto pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, após negociações indiretas mediadas pelo Egito, Qatar, Estados Unidos e Turquia.Esta fase da trégua envolve a retirada parcial do Exército israelita para a denominada “linha amarela” demarcada pelos Estados Unidos, linha divisória entre Israel e Gaza, a libertação de 20 reféns em posse do Hamas e de 1.950 presos palestinianos.O cessar-fogo visa pôr fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.A retaliação de Israel provocou mais de 67 mil mortos e cerca de 170.000 feridos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza (tutelado pelo Hamas), que a ONU considera credíveis.A ofensiva israelita também destruiu quase todas as infraestruturas de Gaza e provocou a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 400 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças..Como Trump conseguiu que o Hamas confiasse nele para aceitar o plano para o cessar-fogo