Na noite de terça-feira, o Hamas entregou mais quatro corpos de reféns, no âmbito do acordo de cessar-fogo com Israel. No entanto, o exército israelita já veio dizer que um desses corpos não é o de nenhum dos reféns mantidos em Gaza.Esta quarta, o gabinete do primeiro-ministro israelita confirmou que três dos quatro corpos entregues pelo Hamas durante à noite são de Eitan Levy, de 53 anos, do soldado Tamir Nimrodi, de 20, e de Uriel Baruch, de 35."Após a conclusão do processo de identificação pelo Centro Nacional de Medicina Forense, em cooperação com a Polícia de Israel e o Rabinato Chefe das Forças de Defesa de Israel, estamos a notificar as famílias dos reféns Uriel Baruch, sargento Tamir Nimrodi e Eitan Levy de que a sua identificação foi concluída", indicou um comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu."O Governo e as instituições do Estado de Israel dedicadas aos desaparecidos e reféns estão determinados, empenhados e a trabalhar incansavelmente para garantir que todos os nossos reféns mortos recebam um enterro digno no seu país”, lê-se na nota.Israel acredita que o quarto corpo entregue nas últimas horas pelo Hamas não é de um refém, algo que o Gabinete de Netanyahu ainda não confirmou oficialmente. Apenas o Exército deu essa indicação. . Entretanto, tanques e ‘drones’ (aeronaves autopilotadas) israelitas abriram hoje fogo em vários locais no norte da Faixa de Gaza e na cidade de Rafah, a sul, atingindo tendas de refugiados em Mawasi, testemunhou a agência noticiosa espanhola EFE.Para já, não há relato de vítimas mortais ou pessoas feridas devido ao sucedido..Israel envia 45 corpos para Gaza no âmbito do cessar-fogo.Hamas entrega últimos 20 reféns vivos: “Podemos respirar de novo”.Trump avisa Hamas para entregar armas ou será desarmado pela força. O cessar-fogo, em vigor desde sexta-feira, foi acordado entre Israel e o movimento islamista palestiniano Hamas, com o patrocínio do presidente norte-americano, Donald Trump, que, na terça-feira, ameaçou o grupo islamita Hamas que, se não se desarmar por sua iniciativa, será desarmado de “forma rápida e talvez violenta" na Faixa de Gaza."Se eles não se desarmarem, nós desarmamo-los", avisou o líder norte-americano em declarações aos jornalistas na Casa Branca, sem fornecer mais detalhes nem prazos, referindo-se apenas a um período “razoável”.Trump afirmou ainda que o Hamas "ao mais alto nível” transmitiu aos seus representantes que cumprirá o seu compromisso de desarmamento, mas deixou a ameaça de o fazer pela força em caso de incumprimento.“Como faremos isso? Não preciso de explicar”, prosseguiu o líder dos Estados Unidos, quando falava à imprensa na presença do homólogo argentino, Javier Milei, acrescentando: “Eles [Hamas] sabem que não estou a brincar".Anteriormente, Donald Trump tinha instado o Hamas, através da rede Truth Social, a devolver os corpos dos reféns mortos mantidos na Faixa de Gaza, uma medida que considera necessária para avançar para a próxima fase do seu plano para o território palestiniano, e advertindo que “o trabalho não acabou”. .Desmilitarização, força de estabilização, governação e reconstrução: incógnitas do futuro da Faixa de Gaza.Ajuda humanitária aguarda abertura da passagem de Rafah. Israel já não vai reabrir a passagem de Rafah, entre o Egito e a Faixa de Gaza, esta quarta-feira, 15 de outubro, como tinha sido anunciado.A televisão pública israelita tinha avançado que esta passagem seria reaberta, permitindo a entrada no enclave palestiniano de 600 camiões com ajuda humanitária. No entanto, isso já não vai acontecer. "A ajuda humanitária não passará pela Passagem de Rafah", garantiu à BBC o responsável da segurança israelita. "Nenhum acordo deste tipo foi alcançado em qualquer momento", disse o responsável do Cogat, o organismo militar israelita responsável pela ajuda, acrescentando que a data de abertura da passagem para a circulação de pessoas será anunciada posteriormente.Com a reabertura, previa-se que 600 camiões de ajuda humanitária fossem encaminhados para a Faixa de Gaza pela ONU, organizações internacionais autorizadas, setor privado e países doadores.