A principal associação mundial de estudiosos do genocídio anunciou esta segunda-feira, 1 de setembro, ter aprovado uma resolução que afirma que os critérios legais foram cumpridos para estabelecer que Israel está a cometer genocídio em Gaza."As políticas e ações de Israel em Gaza cumprem a definição legal de genocídio do Artigo II da Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio (1948)", refere a resolução aprovada por 86% dos votantes entre os 500 membros da Associação Internacional de Académicos do Genocídio, que inclui especialistas no Holocausto.Em declarações à AP, Melanie O’Brien, presidente da organização e professora de direito internacional na Universidade da Austrália Ocidental, sublinhou que "as pessoas que são especialistas no estudo do genocídio podem ver esta situação tal como ela é”. "Não há justificação para a prática de crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio, nem sequer legítima defesa", acrescentou, falando à Reuters."Esta prestigiada posição académica reforça as provas e os factos documentados apresentados perante os tribunais internacionais", afirmou Ismail Al-Thawabta, diretor do gabinete de imprensa do governo de Gaza, controlado pelo Hamas, citado pela Reuters.O responsável declarou ainda que a resolução "impõe à comunidade internacional a obrigação legal e moral de tomar medidas urgentes para impedir o crime, proteger os civis e responsabilizar os líderes da ocupação".Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel considerou a resolução vergonhosa e "inteiramente baseada na campanha de mentiras do Hamas".De recordar que, em julho, dois importantes grupos israelitas de defesa dos direitos humanos - o B’Tselem e os Médicos pelos Direitos Humanos-Israel - já haviam dito que Telavive está a cometer genocídio em Gaza, tendo sido a primeira vez que organizações locais lideradas por judeus fizeram tais acusações.Mais de 63 mil palestinianos foram mortos na ofensiva do Exército israelita na Faixa de Gaza, que teve início em outubro de 2023, declararam na sexta-feira, 29 de agosto, as autoridades do enclave.Segundo as autoridades, este número inclui mais de 320 mortes devido à fome no enclave, causada pelas fortes restrições israelitas à entrega de ajuda humanitária.As autoridades de Gaza afirmaram ainda que pelo menos 11.178 pessoas morreram e 47.449 ficaram feridas desde 18 de março, data em que o exército israelita quebrou o cessar-fogo acordado em janeiro com o Hamas e relançou a sua ofensiva militar no enclave. .Relatora da ONU. Dezenas de empresas "lucram" com "genocídio e ocupação" da Palestina por Israel