"Grande vitória". Rússia saudou decisão que afasta uso de bens russos para financiar a Ucrânia
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"Grande vitória". Rússia saudou decisão que afasta uso de bens russos para financiar a Ucrânia

Para Kirill Dmitriev, que dirige o Fundo Russo de Investimento Direto, a decisão da UE foi "uma grande vitória" para o direito e, em particular, das vozes sensatas da Europa.
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O responsável do Fundo Russo de Investimento Direto, Kirill Dmitrev, saudou esta sexta-feira, 19 de dezembro, a decisão da União Europeia que decidiu financiar a Ucrânia através da emissão de dívida, em vez de utilizar ativos russos congelados.

Kirill Dmitrev dirige o Fundo Russo de Investimento Direto e, segundo a AFP, é considerado um dos autores do plano de paz para a Ucrânia apresentado pelo chefe de Estado norte-americano Donald Trump.

Para Dmitriev, a decisão da União Europeia foi "uma grande vitória" para o direito, acrescentando que se tratou, em particular, de uma vitória para das vozes sensatas da Europa.

"Se isto for verdade, o cancelamento do esquema ilegal inicialmente proposto pela União Europeia de utilizar reservas internacionais russas para financiar a Ucrânia vai ser uma grande vitória para o direito e o bom senso", escreveu Dmitriev nas redes sociais.

Os líderes da União Europeia (UE) concordaram esta sexta-feira, 19 de dezembro, financiar a Ucrânia com 90 mil milhões de euros em 2026 e 2027 através da emissão de dívida com recursos do orçamento comunitário, deixando de lado, de momento, o plano inicial de recorrer a ativos russos congelados pelas sanções.

Embora o principal objetivo fosse garantir o empréstimo utilizando os recursos gerados pelo vencimento de ativos russos congelados, como defendia a Comissão Europeia, os líderes optaram, pela emissão de dívida comum.

A decisão ficou a dever-se, sobretudo, às objeções da Bélgica, país onde se encontra depositada a maior parte desses ativos, avaliados em 185 mil milhões de euros.

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Em conferência de imprensa, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou que vai ser concedido com urgência "um empréstimo garantido pelo orçamento da União Europeia", que "reserva o direito de utilizar ativos congelados para o pagamento do empréstimo.

De qualquer forma, os líderes instruíram a Comissão Europeia para continuar a trabalhar num "empréstimo de reparação" para Kiev "com base em ativos russos congelados".

O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, saudou a decisão de optar por um empréstimo garantido pela margem orçamental da UE para financiar a Ucrânia em 2026 e 2027 e reiterou que os ativos russos depositados no país vão "permanecer congelados".

A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014 anexando a Península da Crimeia e lançou uma ofensiva de grande escala contra todo o território ucraniano em fevereiro de 2022. 

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