Sébastien Lecornu sobreviveu esta quinta-feira às moções de censura da extrema-esquerda e da extrema-direita. Inicialmente foi rejeitada a proposta da França Insubmissa: 271 deputados votaram a favor, quando eram necessários 289 votos para derrubar o governo.A segunda moção, proposta pelo Reagrupamento Nacional, também foi rejeitada: teve 144 votos, um valor abaixo da anterior já que não contou com o apoio da extrema-esquerda.“Uma maioria formada através de negociações conseguiu hoje salvar as suas posições, à custa do interesse nacional”, escreveu no X o presidente do Reagrupamento Nacional, Jordan Bardella.Estes resultados foram possíveis depois de Lecornu de ter ganho um apoio crucial do Partido Socialista (que tem 86 deputados) graças à sua proposta de adiar a polémica reforma das pensões do presidente Emmanuel Macron até depois das presidenciais de 2027.E, apesar de ter conseguido assim uma temporária tábua de salvação, esta votação mostrou a fragilidade do governo francês, que tem pela frente difíceis semanas de negociações para fazer aprovar o Orçamento do Estado para 2026, durante as quais poderá ser afastado do cargo por novas moções de censura - de recordar que foi assim que, em menos de um ano, os primeiros-ministros Michel Barnier e François Bayrou foram afastados - caso o Partido Socialista ou os Republicanos mudarem o seu sentido de voto, caso não consigam o que pretendem nas negociações."Os franceses precisam de saber que estamos a fazer todo este trabalho... para lhes dar um orçamento, porque é fundamental para o futuro do nosso país", disse Yael Braun-Pivet, presidente da Assembleia Nacional e aliada de Macron. "Estou satisfeita por ver que hoje há uma maioria na Assembleia Nacional que opera com este espírito: trabalho, procura de compromisso, o melhor esforço possível", acrescentou. .Lecornu faz cedências e socialistas recusam derrubar o governo ao fim de quatro dias