O Ministério da Saúde de Gaza acusou esta quarta-feira, 17 de setembro, Israel de ter bombardeado, na terça à noite, o Hospital Al-Rantisi, na Cidade de Gaza, norte do enclave palestiniano.Trata-se do único hospital pediátrico especializado, em funcionamento na capital da Faixa de Gaza. De acordo com um comunicado do Ministério da Saúde, controlado pelo Hamas, os pisos superiores do hospital foram atacados três vezes na noite de terça-feira.No momento do ataque, o hospital tinha 80 doentes em tratamento, especificou o Ministério da Saúde de Gaza, dos quais 40 foram retirados do local após o bombardeamento.Os responsáveis pelo Ministério da Saúde de Gaza disseram ainda que continuam no local 40 doentes e acompanhantes, além de 12 doentes em cuidados intensivos e 30 funcionários. O Ministério da Saúde não divulgou números de eventuais feridos ou mortos.O Hospital Al-Rantisi era o último centro médico especializado em pediatria na capital de Gaza, disponibilizando serviços de oncologia, diálise e outros especializados para doenças respiratórias e digestivas.A mesma instalação dispunha também de quatro unidades de cuidados intensivos pediátricos e oito unidades de cuidados intensivos neonatais.Segundo fontes consultadas pela agência espanhola EFE, o Exército israelita utilizou aparelhos aéreos não tripulados (drones) no ataque contra o edifício do hospital.O centro, assim como os restantes hospitais em funcionamento na capital da Faixa de Gaza, estava sobrelotado devido à ofensiva israelita contra a cidade..Israel abre nova rota durante 48 horas para evacuar Cidade de Gaza.Israel vai abrir esta quarta-feira, às 12:00 (10:00 em Lisboa), e durante 48 horas, uma segunda estrada que atravessa a Faixa de Gaza, para obrigar a população a abandonar a Cidade de Gaza."Poderão viajar pela autoestrada Salah al-Din e depois continuar para sul a partir de Wadi Gaza [centro]", lê-se num comunicado do porta-voz do exército de Israel em árabe, Avichay Adraee, na rede social X.Salah al-Din atravessa a Faixa de Gaza de norte a sul, no leste do enclave, paralelamente à fronteira com o território israelita. A outra rota já aberta, a autoestrada Rashid, também atravessa todo o enclave, mas no oeste, em paralelo com a costa.No entanto, a maioria dos refugiados encontra-se no oeste da Cidade de Gaza, em acampamentos à beira-mar, para onde o exército israelita lhes ordenou que se deslocassem, à medida que a ofensiva na zona avança a partir de leste e norte.Questionado pela agência de notícias EFE se as forças armadas vão garantir algum tipo de percurso seguro do oeste da Cidade de Gaza para leste, para que a população possa chegar à estrada Salah al-Din, Adraee não comentou.O porta-voz do exército de Israel disse que esta rota permanecerá aberta até sexta-feira, às 12:00 (10:00 em Lisboa).Na terça-feira, depois de o exército israelita ter iniciado uma operação terrestre na capital e após um mês de intensos bombardeamentos contra a população, milhares de pessoas dirigiram-se para a autoestrada Rashid para tentar fugir aos ataques.No entanto, tal como em agosto, a estrada estava congestionada com veículos e pessoas que transportavam os pertences a pé, tentando escapar.Quando a EFE fez o mesmo percurso no sábado, demorou cinco horas a percorrer os cerca de 25 quilómetros que separam as praias de Mawasi (sul) das da Cidade de Gaza (norte).A sobrelotação da rota, somada aos preços exorbitantes de tudo o que envolve a viagem e à falta de espaço na área designada pelo exército para os refugiados em Mawasi, além do cansaço após mais de dois anos de constantes evacuações, estão a levar muitos a regressar à Cidade de Gaza ou a simplesmente não partir.Embora o exército estime que cerca de 350 mil pessoas tenham deixado a capital desde meados de agosto, os dados divulgados pelo Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários estimam o número em cerca de 150 mil.Uma comissão independente da ONU, relatores de direitos humanos, organizações internacionais e um número crescente de países descreveram como genocídio a ofensiva militar de Israel contra a Faixa de Gaza, na qual morreram quase 65 mil pessoas, em resposta aos ataques do movimento islamita palestiniano Hamas contra solo israelita, a 07 de outubro de 2023..Comissão da ONU diz que Netanyahu incitou o genocídio na Faixa de Gaza.A guerra em Gaza começou no dia 7 de outubro de 2023 após o ataque do Hamas contra o território de Israel tendo feito 1.200 mortos e 251 reféns.De acordo com o balanço do Hamas, a resposta militar de Israel - de grande escala - contra o enclave costeiro palestiniano fez até ao momento 65 mil mortos, entre os quais 19 mil eram menores de idade..Espanha não irá ao Festival Eurovisão da Canção em 2026 caso Israel participe.Comissão de Inquérito da ONU conclui que altos responsáveis de Israel incitaram genocídio em Gaza