Espanha não marcará presença no Festival Eurovisão da Canção em 2026 caso Israel participe.A decisão resultou numa votação realizada na manhã desta terça-feira, 16 de setembro, pelo Conselho de Administração da Rádio e Televisão Espanhola (RTVE).O presidente da empresa, José Pablo López, comunicou aos membros da direção a possibilidade de não participarem no concurso.Espanha torna-se assim o quinto país a confirmar a sua ausência na Eurovisão em caso de participação de Israel, depois de Países Baixos, Eslovénia, Islândia e Irlanda.Entretanto, o diretor da rádio pública israelita, Kan, recusou retirar-se do concurso, de acordo com o The Times of Israel. "Não há razão para que Israel não continue a ser uma parte importante deste evento cultural, que não se pode tornar político", argumentou o CEO da Kan, Golan Yochpaz, num evento de divulgação do novo conteúdo da estação para este outono..Espanha, Irlanda, Eslovénia e Países Baixos ponderam boicote à Eurovisão em 2026 se Israel participar.O Festival Eurovisão da Canção é organizado pela EBU, a primeira aliança mundial de meios de comunicação social de serviço público, fundada em 1950, em cooperação com os seus membros de mais de 35 países, e da qual a Rádio e Televisão de Portugal (RTP) faz parte.O concurso realiza-se anualmente na Europa desde 1956 e ao longo da sua história já houve países excluídos, caso da Bielorrússia, em 2021, após a reeleição do presidente Aleksandr Lukashenko, e da Rússia, em 2022, após a invasão da Ucrânia.Israel foi o primeiro país não europeu a poder participar no concurso de música, em 1973, e ganhou quatro vezes, incluindo em 1998, com a cantora transgénero Dana International.Na edição deste ano, que aconteceu em maio em Basileia, Suíça, Israel ficou em segundo lugar.A presença de Israel no concurso foi contestada por artistas que já participaram no concurso e por alguns países, nomeadamente Espanha e Finlândia.Este ano, Israel foi representado por Yuval Raphael, uma das sobreviventes do ataque do grupo extremista islamita Hamas em solo israelita, em 07 outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, e após o qual teve início a atual ofensiva militar israelita sobre Gaza..Comissão de Inquérito da ONU conclui que altos responsáveis de Israel incitaram genocídio em Gaza. Desde 07 de outubro já morreram mais de 64 mil pessoas na Faixa de Gaza, na maioria civis, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, números considerados fidedignos pela Organização das Nações Unidas (ONU).Há muito que a ONU declarou o território mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de dois milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” e “o mais elevado número de vítimas alguma vez registado” pela organização em estudos sobre segurança alimentar no mundo.Israel tem atualmente em marcha um plano militar para ocupar a capital do território e expulsar centenas de milhares de habitantes, que prevê o desarmamento do Hamas e a recuperação dos reféns antes de entregar o enclave a uma gestão civil não hostil a Telavive.No final do ano passado, uma comissão especial da ONU acusou Israel de genocídio em Gaza e de estar a usar a fome como arma de guerra - acusação logo refutada pelo Governo israelita, mas sem apresentar quaisquer argumentos..Há novidades no Festival da Canção. Já pode votar para escolher um concorrente