Putin diz estar "verdadeiramente interessado" no fim do conflito na Ucrânia e Trump admite que "não há acordo"
FOTO: EPA/GAVRIIL GRIGOROV/SPUTNIK/KREMLIN POOL

Putin diz estar "verdadeiramente interessado" no fim do conflito na Ucrânia e Trump admite que "não há acordo"

Os líderes de EUA e da Rússia estiveram reunidos no Alasca, acompanhados pelos respetivos conselheiros. O presidente dos EUA falou em "progressos", mas admitiu não ter alcançado o que pretendia.
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Putin propõe Moscovo como local do próximo encontro com Trump

A conferência de imprensa de Trump e Putin foi muito curta e não houve lugar a perguntas dos muitos jornalistas de vários pontos do mundo que enchiam a sala.

No final da conferência, Donald Trump voltou-se para Vladimir Putin e agradeceu-lhe pela presença no Alasca e disparou: "Falaremos muito em breve e, provavelmente, vamos encontrar-nos novamente em breve", disse.

De imediato, Putin respondeu: "Na próxima vez será em Moscovo."

A isso Trump respondeu que é algo "interessante", apesar de ficar sujeito a "algumas críticas". "Apesar disso acho que pode acontecer", frisou.

Trump: "Fizemos alguns progressos. Não há acordo, até que haja"

Donald Trump agradece ao presidente russo e descreve a reunião como "muito produtiva". "Há muitos, muitos pontos em que concordamos", disse o presidente dos Estados Unidos.

"Eu pretendia algumas grandes conquistas, mas ainda não chegamos lá, mas já fizemos alguns progressos. Não há acordo, até que haja um acordo", disse.

Trump assumiu agora que irá falar com a NATO e com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy para falar sobre esta a reunião. "Vou começar a fazer alguns telefonemas e contar a eles o que aconteceu", sublinhou.

“Tivemos uma reunião extremamente produtiva e muitos pontos foram acertados, restando pouquíssimos. Alguns desses pontos não são tão significativos, mas temos boas hipóteses de chegar lá", disse.

Putin fala em negociações "num ambiente construtivo e de respeito mútuo"

Putin começa a por usar da palavra ao lado de Trump. O presidente russo diz que as negociações foram "realizadas num ambiente construtivo e de respeito mútuo".

"Tivemos negociações muito completas e bastante úteis", disse Putin, agradecendo depois a Donald Trump por ter recebido a cimeira no Alasca, que disse ser um local "lógico" para esta reunião, tendo em conta a história dos dois países.

"Lembramo-nos de outros exemplos históricos de quando os nossos países derrotaram juntos inimigos comuns, num espírito de camaradagem de batalha e aliança que se apoiava mutuamente. Tenho certeza de que esta herança nos ajudará a reconstruir e promover laços benéficos e igualitários nesta nova fase, mesmo nas condições mais difíceis", acrescentou o presidente russo.

Putin lembra que as atuais relações entre EUA e Rússia "caíram para o ponto mais baixo desde a Guerra Fria", pelo que um encontro entre os dois presidentes "já deveria ter acontecido há muito tempo".

Sobre o que foi discutido com Trump, Putin diz que a Ucrânia foi o assunto central e reitera que na sua visão este conflito envolve "ameaças fundamentais à segurança" da Rússia.

Nesse sentido, garante que a Rússia está "verdadeiramente interessada" no fim do conflito, mas que par que a paz seja duradoura é preciso eliminar "as causas primárias deste conflito".

"Concordo com o presidente Trump, tal como ele disse hoje, que a segurança da Ucrânia também deve ser garantida" e "estamos, naturalmente, preparados para trabalhar nisso".

"Gostaria que o acordo que alcançamos ajude a aproximar-nos do objetivo e abra caminho para a paz na Ucrânia", sublinhou.

O presidente russo criticou ainda os líderes europeus, dizendo que espera que eles "não boicotem o progresso" que agora foi alcançado e que é um "potencial" para uma grande expansão do relacionamento entre EUA e Rússia, bem como para a cooperação no Ártico.

Trump e Putin já estão na sala para a conferência de imprensa

Enviado russo diz que reunião correu "muito bem"

O enviado russo Kirill Dmitriev disse à agência de notícias estatal russa Interfax que a reunião de Putin com Donald Trump correu "muito bem".

"Foi maravilhoso, tudo maravilhoso", acrescentou. 

Já terminou encontro entre Trump e Putin

O encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin terminou após quase três horas, de acordo com o Kremlin.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o enviado especial norte-americano Steve Witkoff sentaram-se ao lado de Trump, enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, e o assessor Yuri Ushakov estiveram ao lado de Putin.

Segue-se uma conferência de imprensa das duas partes e, ao contrário do que estava previsto, já com os dois presidentes, que tinham planeado falar depois do almoço. Em Anchorage, no Alasca, são agora 14h30.

Lavrov e Ushakov acompanham Putin na reunião que já começou

A reunião entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin já começou.

Se o presidente dos Estados Unidos está acompanhado por Marco Rubio, secretário de Estado, e o enviado especial Steve Witkoff, com o seu homólogo russo estão Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros, e o conselheiro Yuri Ushakov.

Putin e Trump cumprimentam-se na pista 

Os dois presidentes saíram dos respetivos aviões ao mesmo tempo e caminharam em direção um ao outro para um primeiro cumprimento.

Aviões que transportaram Trump e Putin já aterraram na base Elmendorf-Richardson

Donald Trump foi o primeiro a chegar ao Alaska, tendo aguardado no interior do Air Force One, até à chegada do seu homólogo russo.

O avião que transportou Vladimir Putin aterrou na pista às 20h00.

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O que está em jogo e o que se pode esperar da cimeira Trump-Putin sobre a Ucrânia?

Trump acompanhado por Rubio e Witkoff na reunião no Alasca

A cimeira entre Donald Trump e Vladimir Putin, presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, no Alasca para abordar a situação na Ucrânia vai contar com o secretário de Estado Marco Rubio e pelo enviado especial americano Steve Witkoff, de acordo com uma informação da da secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.

Já no almoço que se seguirá ao encontro Rubio, Witkoff, bem como o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o secretário do Comércio, Howard Lutnick, o secretário da Defesa, Pete Hegseth, e a chefe de gabinete, Susie Wiles, também estarão presentes.

Moscovo admite reunião entre presidentes russo e ucraniano se a reunião com Trump for satisfatória

O Kremlin considera viável uma hipotética cimeira entre os presidentes russo e ucraniano, caso a reunião de hoje entre Vladimir Putin e o homólogo norte-americano, Donald Trump, tenha um resultado satisfatório para Moscovo.

O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, deu como certo que as delegações russa e norte-americana terão hoje horas intensas de trabalho em Anchorage, Alasca, pelo menos “entre seis e sete horas”, dada “a grande quantidade de eventos programados”.

O presidente russo, Vladimir Putin, viaja para Anchorage acompanhado pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, pelo chefe do fundo soberano de riqueza da Rússia, Kirill Dmitriev, pelo ministro da Defesa, Andrey Belousov, e pelo ministro das Finanças, Anton Siluanov.

Peskov confirmou, como já era esperado, que a cimeira entre Trump e Putin contará com encontros paralelos de caráter económico.

“Haverá negociações entre estas delegações, possivelmente no formato de almoço de trabalho”, explicou o porta-voz do Kremlin em declarações ao Canal 1 da televisão russa.

Depois, acrescentou, Putin e Trump “discutirão os resultados antes de se reunirem”, seguindo-se depois uma conferência de imprensa conjunta.

“No total, pode supor-se que se dedicarão a isto entre seis e sete horas”, indicou Peskov.

O porta-voz do Kremlin expressou o desejo de que esta cimeira termine “de forma produtiva”, um resultado considerado imprescindível para viabilizar outra esperada reunião ainda em suspenso: a que juntaria Putin e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Peskov adiantou ainda que Putin deverá chegar às 11h00 locais (20h00 em Lisboa) a Anchorage, onde será recebido no avião por Trump.

Durante as quatro horas de voo desde Magadan, Putin irá rever materiais sobre a Ucrânia, tensões bilaterais, cooperação económica e assuntos globais, referiu ainda.

Quem já está no Alasca é o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, que surgiu vestindo uma camisola com as letras maiúsculas CCCP, acrónimo russo de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

O chefe da diplomacia russa, uma figura de peso na política externa do país há várias décadas, não fez declarações à chegada, mas a camisola branca de estilo ‘vintage’, visível por baixo de um colete azul, foi imediatamente interpretada como uma mensagem de nostalgia pela era soviética, em linha com declarações que Putin tem feito em inúmeras ocasiões.

Essa silenciosa reivindicação soviética traz à memória um tempo em que os Estados Unidos e a Rússia dominavam o mundo quase sem rivais, durante a Guerra Fria, que durou até ao desmantelamento da União Soviética, nos anos 90 do século passado, e à consequente perda de influência da Rússia na geopolítica mundial.

Trump diz que europeus estarão envolvidos nas negociações de paz

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou hoje que os líderes europeus não lhe dizem o que fazer, mas que estarão envolvidos nas negociações sobre uma possível trégua na Ucrânia com o Presidente russo, Vladimir Putin.

Na cimeira de com o homólogo russo, Trump tem como objetivo principal um cessar-fogo rápido entre Kiev e Moscovo.

“Não sei se será hoje, mas não estarei contente se não for hoje”, avisou, em declarações aos jornalistas no avião presidencial, a caminho do Alasca.

O Presidente norte-americano sublinhou que não vai negociar em nome da Ucrânia, mas apenas garantir que as partes se sentem à mesa de negociações para acabar com os combates.

Questionado sobre o desenrolar da cimeira, disse esperar que tudo corra “muito bem” e que, caso contrário, se retirará rapidamente.

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