O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, transmitiu ontem ao presidente chinês, Xi Jinping, as preocupações de Washington sobre as posições de Pequim quanto à Ucrânia e à guerra com a Rússia, nomeadamente o fornecimento de materiais a Moscovo, incluindo máquinas-ferramentas e microeletrónica, que o líder russo, Vladimir Putin, utiliza para reforçar as defesas do seu país e as ações contra a Kiev. .“A Rússia teria dificuldade em manter o seu ataque à Ucrânia sem o apoio da China”, afirmou Blinken aos jornalistas após a reunião com Xi em Pequim, numa citação divulgada pela AP. Para o líder da diplomacia dos Estados Unidos, “alimentar a base industrial de defesa da Rússia não só ameaça a segurança ucraniana, como também ameaça a segurança europeia”, lembrando que “como já dissemos à China há algum tempo, garantir a segurança transatlântica é um interesse fundamental dos Estados Unidos. Nas nossas discussões de hoje deixei claro que a China não aborda este problema”..Estas declarações foram feitas no dia em que Pequim tornou público que considera infundadas as críticas do secretário-geral da NATO, que acusou a China de estar a fornecer tecnologia militar à Rússia na campanha contra a Ucrânia..Para o o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbing, os comentários de Jens Stoltenberg são “destinados apenas a desviar as culpas e a inflamar as tensões contra” a República Popular da China. “São acusações infundadas”, acrescentou Wang, antes de garantir que o país “não é nem o criador nem uma parte desta crise”, referindo-se à guerra na Ucrânia..A mesma fonte frisou que a China “não fornece material de armamento às partes em conflito e controla rigorosamente qualquer exportação” dos chamados “artigos de dupla utilização, como veículos aéreos não tripulados” que podem ser usados tanto para fins civis como militares..Stoltenberg também descreveu ontem como “perigosos e inaceitáveis” os alegados casos de espionagem pró-russa na Alemanha e no Reino Unido, e avisou que os aliados estão a coordenar a reação a atos hostis. “Temos de estar atentos às atividades secretas da Rússia no território da aliança”, afirmou o líder da NATO, em Berlim, ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz..As autoridades alemãs detiveram na semana passada dois indivíduos acusados de espionagem e de preparar sabotagens em nome de Moscovo, enquanto dois britânicos foram acusados ontem de cooperar com os serviços secretos russos. “Estas medidas de espionagem são perigosas e inaceitáveis, e não nos impedirão de continuar a apoiar a Ucrânia”, disse Stoltenberg, enquanto que Scholz defendeu que “devemos todos fazer mais esforços este ano e nos próximos para fazer o que é necessário”..Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, insistiu ontem durante um encontro do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia na necessidade de mais armamento, apontando a mísseis de longo alcance e sistemas de defesa aérea, entre os quais “pelo menos sete” Patriot..com agências