Naim Qassem
Naim QassemEPA/WAEL HAMZEH

Chefe do Hezbollah pede unidade em torno da ideia de que Israel é o "principal inimigo" do Médio Oriente

"Devemos ter em mente que o principal inimigo é Israel e, por trás dele, os Estados Unidos. Se não o fizermos, ninguém na região poderá ter sucesso", considerou Naim Qassem.
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O líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Naim Qassem, apelou esta sexta-feira, 19 de setembro, a uma unidade de esforços em torno da ideia de que Israel é o "principal inimigo" da região e pediu diálogo.

Isto, num momento em que o Governo do Líbano procura desmantelar aquele movimento, sob pressão norte-americana.

"Devemos ter em mente que o principal inimigo é Israel e, por trás dele, os Estados Unidos. Se não o fizermos, ninguém na região poderá ter sucesso", considerou o clérigo xiita num discurso transmitido pelos canais aliados.

"Pressionar a resistência (Hamas) resulta num ganho líquido para Israel e se a resistência não estiver presente, isso significa que outros países da região serão os próximos", advertiu Qassem.

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Este mês, o Governo libanês apoiou um plano do Exército para desarmar o Hezbollah antes do final do ano, embora já tenha avisado que as capacidades da instituição militar são limitadas em termos de pessoal, logística e recursos, abrindo a porta a potenciais atrasos.

Neste contexto, o secretário-geral do Hezbollah voltou a apelar ao diálogo, ao defender que seu armamento serviu tanto para "disuadir" como para "liberar" territórios tomados pelo Estado judaico.

"Garantimos que as armas da resistência estão dirigidas contra o inimigo israelita, não contra o Líbano, a Arábia Saudita ou qualquer outro lugar ou entidade do mundo", argumentou durante o seu discurso.

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De facto, Qassem estendeu a mão a Riade, uma importante influência estrangeira que apoiou os seus principais rivais políticos no Líbano e que durante anos também manteve relações tensas com o Irão, uma república islâmica xiita que é o principal apoiante do Hezbollah.

O líder do grupo xiita defendeu a abertura de um diálogo com a Arábia Saudita para resolver as diferenças e avançar para o "enfraquecimento de Israel".

As suas declarações surgem depois de países árabes e islâmicos terem apelado na segunda-feira, em Doha, a uma aliança política e de defesa que contenha o Governo de Benjamin Netanyahu, além de lhe impor sanções e restrições após o seu recente ataque de Israel contra a capital do Qatar.

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