Israel fala em "força sem precedentes" na cidade de Gaza e anuncia encerramento de rota de evacuação
EPA/HAITHAM IMAD

Israel fala em "força sem precedentes" na cidade de Gaza e anuncia encerramento de rota de evacuação

O aviso veio das Forças de Defesa de Israel que dizem haver agora uma única rota para que os residentes da cidade de Gaza possam fugir para sul. Pedem que se aproveite "esta oportunidade".
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As Forças de Defesa de Israel anunciaram, esta sexta-feira, 19 de setembro, o encerramento da rota de evacuação temporária, aberta 48 horas antes, voltando a apelar para que os residentes da cidade de Gaza se desloquem para sul do enclave, devido à ofensiva terrestre na capital do território palestiniano.

"A partir deste momento, a via Salah al-Din está fechada para viagens em direção ao sul. As Forças de Defesa de Israel continuarão a operar com uma força sem precedentes contra o Hamas e outras organizações terroristas", avisou o porta-voz em árabe do exército israelita, Avichay Adrae, numa mensagem dirigida aos residentes da cidade de Gaza, citada pela AFP.

O responsável israelita informou, por isso, que agora apenas existe uma rota em direção ao sul do território palestiniano para todos os que pretendem fugir à ofensiva israelita que visa a cidade de Gaza, alvo de uma incursão terrestre.

Na mensagem divulgada nas redes sociais, Avichay Adrae disse que a única rota possível para sul era através da via Al-Rashid. Nesse sentido, o responsável do exército israelita apelou aos residentes de Gaza para que "aproveitassem esta oportunidade e se juntassem às centenas de milhares de residentes da cidade que se mudaram para sul, para a área humanitária".

Israel, refira-se, anunciou esta semana o início de uma campanha terrestre e aérea em Gaza para destruir o grupo palestiniano Hamas. Segundo a ONU, na quinta-feira a cidade de Gaza foi bombardeada intensamente, o que levou à fuga de milhares de pessoas, deixando os hospitais à beira do colapso.

"A qualquer momento esperamos que um míssil caia sobre nós"

Já esta sexta-feira, a oeste da Cidade de Gaza, o palestiniano Sami Baroud, de 35 anos, disse à AFP "bombardeamentos implacáveis ​​e intensos". "A nossa vida tornou-se nada mais do que explosões e perigo", afirmou num relato feito por telefone, segundo a agência de notícias.

"Perdemos tudo - as nossas vidas, o nosso futuro, a nossa sensação de segurança. Como posso sair se nem sequer tenho dinheiro para pagar o transporte?", questionou o palestiniano.

"A qualquer momento esperamos que um míssil caia sobre nós. Os meus filhos estão aterrorizados e eu não sei o que fazer", relatou, por sua vez, Umm Mohammed Al-Hattab, de 49 anos, mãe de sete filhos, com quem vive em tendas a oeste da Cidade de Gaza.

Na terça-feira, o porta-voz militar israelita Effie Defrin, citado pela agência EFE, admitiu que vão ser precisos "vários meses" para conquistar totalmente a cidade de Gaza.

Calculamos que tomar o controlo da cidade e dos seus centros de gravidade levará vários meses; e mais alguns meses até que esteja completamente destruída, ou talvez ainda mais”, afirmou Defrin, dando a garantia de que a operação irá prosseguir até serem atingidos “os objetivos da guerra”.

A ofensiva na Faixa de Gaza foi desencadeada na sequência do ataque de 7 de outubro de 2023 do Hamas em território israelita, que fez cerca de 1200 mortos, na maioria civis. Em resposta a este ataque, os bombardeamentos e ataques israelitas contra o enclave palestiniano já causaram mais de 65 mil mortos em Gaza, em grande parte civis, segundo o ministério da Saúde do território, sob autoridade do Hamas.

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