Português morava com a esposa e as filhas nos Estados Unidos.
Português morava com a esposa e as filhas nos Estados Unidos.Foto: Jake Belcher / MIT News

Angariação de fundos 'online' para a família Nuno Loureiro com mais de 1,6 mil doações em poucas horas

O objetivo é "apoiar a educação das filhas do Nuno nos próximos anos e aliviar os encargos financeiros imediatos que a família enfrenta após esta perda irreparável". A meta é de 300 mil dólares.
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Em poucas horas, a angariação de fundos para o físico português Nuno Loureiro, assassinado nos Estados Unidos, está perto de alcançar a meta. Até ao momento da publicação deste texto, já tinham sido doados mais de 245 mil dólares, cerca de 83% do objetivo de 300 mil dólares, por mais de 1,6 mil doadores.

“In Loving Memory of Nuno Loureiro, Supporting His Family” (Em memória de Nuno Loureiro, em apoio à sua família, em tradução literal) é o nome da angariação, que decorre na plataforma GoFundMe. O DN apurou que Inês Dias, viúva do físico português, foi quem criou a iniciativa, coordenada por Iva Konieczka. O principal objetivo da angariação é apoiar a família do jovem cientista.

“O Nuno não era apenas um cientista brilhante e um amigo querido, mas também um marido e um pai profundamente dedicado, cuja maior preocupação era o futuro das filhas, a sua educação e as oportunidades que lhes permitissem concretizar os seus sonhos”, lê-se no texto que acompanha a angariação.

É ainda referido que a família tinha uma vida alegre e estável, tragicamente interrompida. “O Nuno e a Inês construíram uma vida alicerçada no amor e na estabilidade, repleta de risos e alegria, aprendizagem e crescimento. Porém, esta vida foi tragicamente interrompida por um ato de extrema violência, sem sentido, que lhes roubou esse tempo precioso, o futuro e os recursos necessários para continuar a orientar, apoiar e educar as suas filhas.”

O texto destaca que a doação de qualquer valor é “um ato de amor” para com a família da vítima. “A vossa contribuição, independentemente do valor, é um ato de amor, pelo qual ficaremos profundamente gratos pelo vosso apoio.”

O caso

Nuno Loureiro, diretor de um laboratório do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), foi assassinado a tiro em Boston na passada terça-feira. O suspeito do crime é Cláudio Manuel Neves Valente, de 48 anos, natural de Torres Novas.

As autoridades norte-americanas acreditam que Valente está ligado a dois episódios de violência com mortes. Ele foi encontrado morto, confirmou a polícia. O chefe da polícia de Providence, Oscar L. Perez Jr., afirmou, em conferência de imprensa, que o suspeito "tirou a própria vida" quando os agentes o tentaram deter numa unidade de armazéns em Salem, New Hampshire.

Cláudio Valente frequentou o mesmo programa académico de Nuno Loureiro em Portugal, entre 1995 e 2000, disse a procuradora federal de Massachusetts. Estudou no Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, ao mesmo tempo que o físico do MIT.

Um colega de Cláudio Valente afirmou ao DN que "o Cláudio não era um monstro, não era um psicopata. Sei que são difíceis de apanhar, de identificar — já conheci alguns — mas ele não era. Era arrogante mas não para lá daquilo que era mais ou menos normal no curso de Física; não era sequer o mais arrogante, não tinha o ego maior, não era narcisista. Era empático, tinha empatia.” Além da morte de Nuno Loureiro, é também suspeito de mais duas mortes num ataque a tiro na Universidade Brown.

*Com informações de Fernanda Câncio

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“O Cláudio que conheci não era um monstro, um psicopata. Nem sequer um 'outsider'”
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O que se sabe sobre o português suspeito de matar professor do MIT e mais duas pessoas na Universidade de Brown

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