Anthony Albanese, primeiro-ministro australiano
Anthony Albanese, primeiro-ministro australianoEPA/BIANCA DE MARCHI AUSTRALIA AND NEW ZEALAND OUT

Albanese diz que "ideologia do Estado Islâmico" pode ter "motivado" ataque em Sydney

Sajid e Naveed Akram, pai e filho, abriram fogo, no domingo, durante cerca de 10 minutos, contra uma multidão na praia de Bondi que celebrava a festa judaica de Hanukkah. 15 pessoas morreram.
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O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, afirmou esta terça-feira, 16 de dezembro, que os autores do ataque numa praia de Sydney, que deixou pelo menos 15 mortos e 42 feridos, foram provavelmente “motivados pela ideologia” do grupo 'Estado Islâmico'.

Sajid e Naveed Akram, pai e filho, abriram, no domingo, fogo pelo menos 40 vezes, durante cerca de dez minutos, contra uma multidão reunida na praia de Bondi que celebrava a festa judaica de Hanukkah.

Anthony Albanese, primeiro-ministro australiano
Terrorismo em família e um herói sírio no ataque de Bondi

As autoridades classificaram o ataque como antissemita, mas até então tinham fornecido poucos detalhes sobre as motivações dos agressores.

Anthony Albanese deu hoje as primeiras indicações de que os dois homens se terão radicalizado antes do ataque. “Parece que isso foi motivado pela ideologia do Estado Islâmico” (EI), disse o chefe do governo à emissora australiana ABC.

No veículo encontrado perto da praia de Bondi, registado em nome do filho, estavam “duas bandeiras do Estado Islâmico feitas à mão” e dispositivos explosivos improvisados, declarou esta terça-feira o responsável da polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon.

O grupo fundamentalista EI controlou vastos territórios no Iraque e na Síria antes de ser derrotado em 2019, mas ainda tem células adormecidas de combatentes.

Lanyon precisou que a polícia está a investigar uma viagem às Filipinas feita por pai e filho um mês antes do ataque. “Os motivos pelos quais eles foram às Filipinas, o objetivo da viagem e os locais que visitaram estão atualmente sob investigação”, referiu.

Entretanto, o serviço de imigração das Filipinas indicou hoje que o pai entrou no país com passaporte indiano e o filho com documento australiano.

"Sajid Akram, de 50 anos, cidadão indiano, e Naveed Akram, de 24 anos, cidadão australiano, chegaram juntos às Filipinas a 1 de novembro de 2025, vindos de Sydney, Austrália", notou a porta-voz do Departamento de Imigração das Filipinas, Dana Sandoval, à agência de notícias AFP

A responsável acrescentou que o destino final do casal seria a região de Davao (sudeste) e que eles partiram em 28 de novembro.

O sul do arquipélago filipino, em particular, abriga focos extremistas, alguns dos quais ligados a ataques fundamentalistas.

As autoridades australianas enfrentam agora questões sobre se poderiam ter evitado o ataque. De acordo com Albanese, Naveed Akram foi alvo de verificações pelos serviços secretos australianos em 2019, sem parecer constituir uma ameaça imediata.

“Chamou a atenção devido a relações com outras pessoas”, sendo que “duas das pessoas com quem ele estava associado foram indiciadas e detidas, embora ele não tenha sido considerado na altura um potencial suspeito”, declarou Albanese.

No dia do ataque, o homem disse à mãe que ia para a cidade pescar, de acordo com meios de comunicação social. No entanto, as autoridades acreditam que o jovem se terá trancado num apartamento arrendado com o pai para preparar o ataque.

Armados com espingardas, os dois dispararam contra pessoas na praia de Bondi ao longo de dez minutos, antes de a polícia abater Sajid, de 50 anos.

Detido pelas autoridades e gravemente ferido, Naveed encontra-se em coma no hospital, sob vigilância das forças de segurança.

O primeiro-ministro visitou na terça-feira Ahmed al Ahmed, um vendedor de frutas que conseguiu arrancar a arma de um dos agressores. “Somos um país corajoso. Ahmed al Ahmed personifica o que há de melhor no nosso país”, destacou Albanese.

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