Agência investiga possível ataque com ‘drones’ à central nuclear de Zaporijia
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) está a investigar um possível ataque com ‘drones’ perto do tanque de arrefecimento da central nuclear ucraniana de Zaporijia, sob controlo russo desde 2022, divulgou esta quarta-feira, 2 de julho, a imprensa internacional.
"Se este relato for confirmado, representará um ataque completamente inaceitável nas proximidades de uma grande central nuclear", afirmou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, em um comunicado divulgado na terça-feira à noite.
"Quem estiver por trás destes ataques está a brincar com o fogo. Isto deve parar imediatamente", acrescentou Grossi, citado hoje pela agência de notícia EFE.
A AIEA afirmou que os seus especialistas destacados para aquela central nuclear foram informados na segunda-feira sobre um ataque que terá ocorrido na passada sexta-feira.
Os operadores da central afirmaram que seis ‘drones’ danificaram vários veículos.
"Ao visitar uma das áreas do alegado ataque de sexta-feira, a equipa da AIEA observou erva queimada e outra vegetação carbonizada, causada, segundo a central, por um ‘drone’ que caiu e iniciou um incêndio", disse a Agência.
Os funcionários da AIEA também viram um camião alegadamente atingido no ataque, embora os especialistas internacionais não tenham conseguido verificar os danos devido à distância que os separava do veículo. O incidente ocorreu fora do perímetro da central, a aproximadamente 600 metros de um dos seis reatores.
O incidente ocorreu poucas semanas depois de a equipa da AIEA ter ouvido repetidas rajadas de tiros, aparentemente destinadas a destruir ‘drones’ alegadamente disparados contra o centro de capacitação da central, também localizado fora do perímetro da central, no lado oposto do ataque de sexta-feira.
A AIEA não atribui estes ataques a nenhuma das partes envolvidas na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro de 2022 com a invasão dos russos ao território ucraniano.
A central de Zaporijia está ocupada pelo exército russo desde os primeiros dias da invasão e, embora não produza energia desde então, está ser mantida por funcionários ucranianos, sob as instruções de especialistas enviados por Moscovo.
A AIEA mantém missões de observação, tanto em Zaporijia como nas restantes centrais nucleares da Ucrânia. Os ataques com ‘drones’ são também detetados periodicamente nas proximidades das três centrais nucleares em funcionamento (Khmelnytskyi, Rivne e Ucrânia do Sul), observou a AIEA.