A imagem de um quadro de Bill Clinton, antigo presidente dos EUA, a envergar um vestido azul e sapatos de salto alto vermelhos voltou à ribalta, com a divulgação de milhares de documentos e fotografias dos ficheiros Epstein. A pintura estava exposta no escritório da casa de Jeffrey Epstein em Nova York.A obra é da artista australiana Petrina Ryan-Kleid, que a idealizou para um trabalho de fim de curso enquanto estudante na Academia de Arte de Nova York, e consta dos arquivos de Jeffrey Epstein, divulgados sexta-feira à noite, 19 de dezembro, pelo Departamento de Justiça dos EUA.Nestes novos ficheiros, a imagem de Bill Clinton é recorrente, mas não introduz nada de novo no processo. A sua ligação a Epstein era conhecida. O próprio Bill Clinton admitiu publicamente estar arrependido de ter conhecido Epstein. Um porta-voz de do antigo presidente dos EUA afirmou que Clinton efetuou quatro viagens no avião particular de Epstein, entre 2002 e 2003. No entanto, órgãos de comunicação social norte-americanos noticiaram a existência de registos de 26 viagens.Bill Clinton nega qualquer irregularidade em relação a Epstein. Também não foi alvo de nenhuma acusação. Nas memórias Citizen: My Life After the White House, publicadas em 2024, Clinton escreveu que "viajar no avião de Epstein não valeu os anos de escrutínio posteriores. Gostaria de nunca o ter conhecido."A obra de Petrina Ryan-Kleid, conhecida como Parsing Bill e datada de 2012, pretendia ser uma sátira política.Estes novos ficheiros que vieram a público - o maior volume nestes últimos 20 anos -, ficam ainda assim aquém do que foi exigido no Congresso, em novembro, que era a divulgação completa dos arquivos. Neste lote, muitos esperavam que surgissem imagens e documentos onde constasse Donald Trump, atual presidente dos EUA. Mas não foi o caso. Nem imagens, nem documentos.É preciso notar que não é por um nome ou uma imagem constarem nestes ficheiros que foi cometido algum tipo de crime. Recorde-se que Jeffrey Epstein foi encontrado morto na cela da prisão, em agosto de 2019, pouco depois de ser preso sob acusação de tráfico sexual.O Departamento de Justiça norte-americano estima que o restante material, com informações sobre mais de 1200 vítimas e familiares, demorará mais de duas semanas a ser publicado. .Ficheiros de Epstein: Clinton em destaque e Trump quase ausente.Vítimas de Epstein saúdam divulgação de ficheiros, mas criticam falta de informação