O Departamento de Justiça dos Estados Unidos concretizou, esta sexta-feira, 19 de dezembro, a divulgação de centenas de milhares de páginas de documentos confidenciais sobre o financiador Jeffrey Epstein. E como noticia a agência Reuters, o material agora público coloca o ex-presidente democrata Bill Clinton sob os holofotes, enquanto as referências ao actual presidente, Donald Trump, são escassas.A divulgação surge no cumprimento de uma lei aprovada de forma esmagadora pelo Congresso, em novembro, que obrigou à transparência total sobre o caso. De acordo com a Reuters, esta medida foi necessária após meses de tentativas por parte da administração Trump para manter os ficheiros selados. No entanto, o caso tornou-se um ponto fraco político para o actual inquilino da Casa Branca, cuja popularidade entre a base republicana tem sofrido devido à gestão deste processo.. Foco em Bill ClintonEntre as provas recolhidas em várias investigações, destaca-se uma fotografia de Bill Clinton numa piscina acompanhado por Ghislaine Maxwell, a cúmplice de Epstein, escreve a agência de notícias americana. Embora Clinton tenha afirmado anteriormente desconhecer qualquer atividade criminosa, a sua presença frequente nos novos ficheiros contrasta com a quase inexistência de dados sobre Donald Trump.. Este facto é particularmente notado pela Reuters, que sublinha a amizade pública entre Trump e Epstein nos anos 90. Em divulgações anteriores, feitas pela oposição democrata, o nome de Trump tinha aparecido em manifestos de voo do jacto privado de Epstein, bem como em cadernos de contactos, mas este novo lote de documentos parece "omitir" a sua figura.A pressão para a publicação destes documentos partiu de ambos os lados do espectro político. O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, já criticou o Departamento de Justiça, alegando que os documentos estão pesadamente editados e representam apenas uma fracção das provas totais.Além dos nomes políticos,os registos de Epstein envolvem outras figuras de alto perfil, como o antigo conselheiro Steve Bannon, o fundador do PayPal Peter Thiel e o antigo Príncipe André (agora Andrew Mountbatten-Windsor), que perdeu os seus títulos reais devido a este escândalo.O Departamento de Justiça estima que demorará mais duas semanas a rever e publicar o restante material, que inclui informações sobre mais de 1200 vítimas e seus familiares..Justiça norte-americana começou a divulgar ficheiros sobre Epstein há muito aguardados