Já encerrou a capela mortuária onde está o Papa. Foi visitada por 250 mil pessoas
Cerca de 250 mil pessoas foram à Basílica de São Pedro, em Roma, para se despedirem do Papa Francisco, cuja urna está exposta junto ao altar, anunciou esta sexta-feira a Santa Sé.
“Desde a manhã de quarta-feira, 23 de abril, às 11:00, até às 19:00 de hoje, cerca de 250 mil pessoas deslocaram-se à Basílica de São Pedro para prestar homenagem ao Papa Francisco”.
Até à manhã desta sexta-feira, tinham passado pelo local 128 mil pessoas, segundo a contabilidade do Vaticano, mas durante o dia, a circunstância de a Itália celebrar um feriado e de a Igreja Católica comemorar o início do Jubileu dos Jovens, o número quase duplicou.
Durante todo o dia foram visíveis as multidões em redor da Praça de São Pedro, com muitos jovens, em particular, e estarem horas nas filas para verem o Papa uma última vez.
Às 19:00 locais (18:00 em Lisboa), as portas da Basílica de São Pedro fecharam-se para uma cerimónia privada de encerramento da urna, antes do funeral e do enterro previstos para sábado.
O funeral do Papa está marcado para as 10:00 locais (09:00 de Lisboa) de sábado. O cortejo fúnebre entre a Basílica de São Pedro e a Santa Maria Maior, de cerca de seis quilómetros, durará meia hora e será realizado num carro que permitirá aos fiéis vê-lo, anunciou o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni.
Prevê-se que a cerimónia reúna entre 150 a 170 delegações estrangeiras, incluindo meia centena de chefes de Estado e de governo, além de representantes de organizações internacionais.
Entre os líderes mundiais presentes nas cerimónia fúnebres estão os Presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos da América, Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, Emmanuel Macron, de França, Frank-Walter Steinmeier, da Alemanha, e Xi Jinping, da China.
Estão igualmente confirmados o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e de outros lusófonos como o brasileiro Lula da Silva, o angolano João Lourenço, o cabo-verdiano José Maria das Neves e o timorense José Ramos-Horta.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estará no sábado no Vaticano para o funeral do Papa Francisco e sem encontros formais previstos com outros líderes, incluindo o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A porta-voz da Comissão Europeia, Paula Pinho, sublinhou esta sexta-feira que o objetivo da deslocação é homenagear Francisco, não estando formalmente previstos encontros.
Desde o regresso de Trump à Casa Branca, em janeiro, que não houve qualquer contacto oficial de topo entre a União Europeia e Washington.
O executivo comunitário, desde que a Administração Trump agravou as tarifas alfandegárias nas importações de bens nomeadamente da UE, tem mantido contactos com Washington a nível técnico.
A nível politico, explicou o porta-voz para o Comércio, Olof Gil, “serão retomados no momento em que tal for necessário, vantajoso e adequado”.
A UE tem tentado encontrar uma solução para o diferendo comercial desencadeado por Trump, que acusa os parceiros comerciais dos Estados Unidos de “roubarem” o seu país.
O ex-Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a mulher Jill Biden também assistirão ao funeral. O casal viajará de forma independente e não no mesmo avião que o atual Presidente Donald Trump.
Joe Biden, católico devoto, expressou regularmente o seu afeto e admiração pelo Papa Francisco, com quem teve várias conversas oficiais e privadas, e cuja fotografia figura na Sala Oval.
O democrata tinha planeado deslocar-se ao Vaticano no final do seu mandato, em janeiro passado, para entregar pessoalmente ao chefe da Igreja Católica a “Medalha Presidencial da Liberdade”, a mais alta condecoração civil dos Estados Unidos, mas teve de cancelar a viagem devido aos violentos incêndios em Los Angeles.
O Papa Francisco morreu na segunda-feira aos 88 anos, após 12 anos de pontificado.
Nascido em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta e o primeiro latino-americano a chegar à liderança da Igreja Católica.
A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano.
O seu corpo está desde quarta-feira em câmara ardente, a ser velado por fiéis, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Portugal decretou três dias de luto nacional.