Portugal terminou a 20.ª edição dos Campeonatos do Mundo de Atletismo no 9.º lugar no medalheiro com 41 países, graças às medalhas de ouro de Pedro Pablo Pichardo (triplo salto) e de Isaac Nader (1500 metros). A comitiva portuguesa - a mais numerosa de sempre, com 31 atletas, depois de Carla Salomé Rocha falhar a maratona por lesão - igualou o melhor resultado em Mundiais, conseguido há 30 anos, em Gotemburgo1995.Para o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), Domingos Castro, o desempenho da comitiva nacional foi “espetacular”, por regressar com dois títulos mundiais e dois recordes nacionais. De Fatoumata Diallo nos 400 metros barreiras ( 54,45 segundos) e nos 4x400 metros, com Pedro Afonso, Omar Elkhatib, João Coelho e Ricardo dos Santos (2.59,70), além do sexto lugar de Agate Sousa no salto em comprimento. “Em 25 anos de atleta de alto rendimento, nunca vivi emoções como vivi aqui. Hoje, o atletismo é totalmente diferente. Temos de nos preocupar muito, que até no descanso dos atletas tem de haver rigor muito grande”, referiu o vice-campeão do mundo dos 5000m em Roma1987 e agora líder da federação, ainda no Estádio Nacional do Japão, onde A Portuguesa se ouviu duas vezes.E por isso, Portugal ficou à frente de países como Jamaica e Itália, que até venceram mais medalhas. Os jamaicanos tiveram 10 medalhas, mas apenas um de ouro, a Itália conquistou sete medalhas, mas só uma de ouro. Os EUA com 16 medalhas de ouro, cinco de prata e cinco de bronze ficaram em 1.º no medalheiro mundial, seguido do Quénia e Canadá.E se Isaac Nader levantou o primeiro ouro do 1500 metros masculinos, com um sprint sensacional que correu Mundo, Pedro Pichardo voltou ao lugar mais alto de um pódio, no triplo salto, por Portugal e tornou-se no único bicampeão do atletismo português. “Tivemos uma seleção espetacular, com dois campeões do mundo, dois recordes nacionais, uma final inédita numa estafeta 4x400 metros [foi 9.º na final]”, vincou o presidente da federação, lembrando que, durante o seu mandato, já se quebraram 68 recordes nacionais dos mais variados escalões. No entanto, Domingos Castro alertou para a necessidade de “substituir os atletas mais velhos com jovens” e apelou ao Executivo liderado por Luís Montenegro para que proporcione essas condições, porque o atletismo está no bom caminho. “Sem dinheiro, não se faz nada. Em campeonatos, só em viagens, a FPA gastou 987 mil euros. Vivemos dificuldades todos os dias e precisamos desses apoios. Tenho feito apelo ao Governo, no Comité Olímpico de Portugal em que sou vice-presidente”, insistiu o presidente, identificando como prioritário a construção da prometida Casa das Seleções, na Marinha Grande..Isaac Nader. Um campeão mundial forjado em Espanha e imortalizado num sprint de ouro.Duplantis e Noah Lyles brilharamNo mesmo palco em que foi campeão olímpico em 2021, Armand Duplantis sagrou-se tricampeão mundial e bate o recorde mundial do salto com vara pela 14ª vez, ao saltar 6,30 metros. O sueco foi uma das estrelas que mais brilharam em Tóquio2025 e amealhou 145 mil euros, 60 mil pelo ouro e 85 mil pela marca mundial. Também Noah Lyles brilhou ao sagrar-se tetracampeão mundial nos 200m e igualar o que apenas Usain Bolt tinha feito na distância, depois de ser 3.º nos 100 metros e ver o jamaicano Oblique Seville ficar com esse ouro.No feminino, Sydney McLaughlin-Levrone tornou-se campeã dos 400m com o segundo melhor tempo de sempre, nos campeonatos em Shelly-Ann Fraser-Pryce disse adeus às pistas mundiais sem medalhas..Pichardo feliz por voltar a ser "o melhor", mas não garante continuar até Los Angeles