O Teatro D. Maria II emitiu um comunicado, nesta terça-feira, 29 de julho, a demonstrar "solidariedade com todas as vítimas" da guerra entre Israel e Palestina."Ao concluir a temporada 2024/2025, marcada por um programa artístico que percorreu o território nacional e promoveu múltiplas formas de encontro e de pensamento crítico, sentimo-nos compelidos a romper o silêncio. Durante meses, o Teatro Nacional D. Maria II não se manifestou perante a tragédia que se vem desenrolando em Gaza. Uma postura que, perante as falhas da diplomacia internacional, com o passar do tempo e o agravar da catástrofe humanitária, se tornou insustentável e moralmente inaceitável", lê-se no comunicado.No texto, a equipa destaca que nenhuma realidade, hoje, "é mais gritante do que a continuação do massacre de civis palestinianos em Gaza, incluindo milhares de crianças. Esta realidade constitui uma ferida aberta na consciência do mundo"."Condenamos inequivocamente todos os atos de violência contra populações civis — nomeadamente os ataques terroristas e tomada de reféns pelo Hamas a 7 de outubro de 2023, e sobretudo a ação desproporcional do governo de Israel, que resulta na perda de dezenas de milhares de vidas inocentes e na destruição massiva de infraestruturas essenciais", completa a instituição..“A solução de dois Estados está mais distante do que nunca”, diz Guterres.O teatro destaca o papel da cultura e da arte como "veículos de consciência e de esperança" e, por isso, junta-se aos pedidos de cessar-fogo."Como teatro nacional, comprometido com os valores de uma sociedade livre, plural e justa, declaramos a nossa solidariedade com todas as vítimas deste conflito, e em particular com o povo palestiniano, cuja existência coletiva se encontra em risco. Juntamo-nos à exigência de um cessar-fogo imediato e permanente, da abertura plena à ajuda humanitária, da responsabilização internacional pelos crimes cometidos, da libertação de todos os reféns e do reconhecimento do Estado Palestiniano", diz o texto.Nesta segunda-feira, 28 de julho, numa conferência nas Nações Unidas sobre a Palestina, o secretário-geral reforçou a dificuldade da situação. “Estamos num ponto de rutura. A solução de dois Estados está mais distante do que nunca”, disse António Guterres.A conferência, que decorre até esta quarta-feira, 30 de julho, quer fortalecer o movimento para o reconhecimento do Estado palestiniano. Numa manifestação relevante, a França já anunciou que o fará em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU.Duas organizações de direitos humanos israelitas - a B’Tselem e a Médicos para os Direitos Humanos - concluíram pela primeira vez que as ações de Israel na Faixa de Gaza são genocídio ao abrigo da lei internacional. .França deverá ser o 148.º país a reconhecer o Estado palestiniano. Quem será a seguir? .OMS alerta para níveis alarmantes da subnutrição na Faixa de Gaza