Ed Sheeran na Luz: "Se não cantarem todas as palavras comigo não estão no concerto certo"
O músico inglês tocou durante quase duas horas para 60 mil pessoas, pôs toda a gente a cantar e vestiu uma camisola da seleção portuguesa. Vai repetir a dose este domingo.
Já íamos a mais de meio do espetáculo quando Ed Sheeran avisou os cerca de 60 mil fãs que enchiam o Estádio da Luz, em Lisboa: "Tudo o que aconteceu até aqui foi apenas o aquecimento, agora é que vai começar a sério." E foi ainda mais claro: "Se não cantarem todas as palavras comigo é porque não estão no concerto certo." Os portugueses fizeram-lhe a vontade e se, até aí, já tinham conquistado o título de "público mais barulhento da Europa", com muitos gritos e cantorias, a partir de então não mais se calaram e cantaram praticamente em coro até quase ao final. Com destaque para os temas Thinking Out Loud, Photograph e Perfect.
Mas voltemos atrás. Eram exatamente 21.00 quando as primeiras imagens do músico inglês apareceram nos ecrãs gigantes e o estádio desatou aos gritos. Ed Sheeran, 28 anos, cabelo ruivo, t-shirt branca, calças de ganga escura, os braços repletos de tatuagens, subiu ao palco sozinho, apenas com a sua guitarra na mão e a caixa de loops no pé. E foi isso mesmo que ele fez questão de deixar claro logo na primeira vez que se dirigiu ao público lisboeta: "Tudo o que ouvirem é completamente criado ao vivo e vem desta guitarra e desta caixa", explicou. Sem banda, sem gravações, sem playback.
Era um homem só, no meio de um palco enorme, mas nem por isso difícil de se ver - afinal, os vários ecrãs estiveram sempre a mostrar o seu rosto, os pormenores das mãos a tocar a viola ou até mesmo a mostrá-lo da cabeça aos pés, um Ed Sheeran gigante, de corpo inteiro, de cada lado do palco.
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De qualquer forma, o músico não parece precisar de mais ninguém para fazer a festa. Ao terceiro tema, The A-Team - o seu primeiro single, a canção que, como explicou, ele toca em todos os concertos desde que era ainda um desconhecido e atuava para duas ou três pessoas que paravam para ouvi-lo na rua - acenderam-se as primeiras lanternas de telemóveis transformando o estádio da Luz num mar de luzinhas brilhantes. Logo a seguir, Don't New Man pôs toda a gente a bater palmas.

© Diana Quintela / Global Imagens
"O meu objetivo esta noite é divertir-vos", disse Ed Sheeran. "O vosso é cantar tão alto quanto conseguirem." E assim foi em Dive, com toda a gente a entoar o refrão - "Don't call me baby, unless you mean it" - e a fazer com que os portugueses ganhassem o tal título de "público da Europa que canta mais alto" (a gente finge que acredita, faz parte do divertimento). Teve menos sucesso quando tentou que o público fizesse silêncio. Ele bem pediu "sssshhhhh" mas nada feito, não conseguimos bater os japoneses que são, segundo Sheeran, "o público mais silencioso do mundo".
O alinhamento do primeiro concerto em Lisboa não foi propriamente uma novidade. Quem leu as notícias já sabia que ele iria abrir as hostilidades com Castle on the Hill e iria anunciar que a sua "última canção" seria Sing (antes do encore, claro). Pelo meio, dois dos momentos altos foram I Don't Care (a música que fez com Justin Bieber e que faz parte do próximo álbum de Sheeran, que será lançado a 12 de julho) e o clássico I See Fire.
Foi pena, logo no início, ter-se enganado numa data - ele esteve no Rock in Rio em 2014 e não em 2012 - mas a gente perdoou-o assim que ele entrou para o encore para atacar Shape of You vestindo uma camisola vermelha da seleção nacional de futebol. O final fez-se ao som de You Need Me, I Don't Need You, dez minutos intensos de uma canção que não é nem fácil de cantar nem sequer muito dançável pelo que caiu um pouco como balde de água fria sobre o público. Quem disse que os concertos têm que terminar todos em alta? Ed Sheeran saiu do palco antes das 23.00, as luzes acenderam-se e a multidão dispersou.
Este domingo haverá novo espetáculo. As portas do Estádio da Luz abrem-se às 16.00. Os concertos têm início às 18.15, com a atuação de Ben Kweller. Seguem-se Zara Larsson (18.45) e James Bay (19.45). Ed Sheeran deverá aparecer às 21.00 em ponto e pedir ao público para dançar e cantar com ele durante quase duas horas.
Para aqueles que vão chegar cedo, fica a informação: vai estar calor mas não tanto quanto esteve no sábado, a temperatura máxima prevista é de 31 graus e deverá sentir-se por volta das quatro da tarde.