Vladimir Putin vacinado contra a covid-19. "Terão de acreditar na nossa palavra"

O presidente russo Vladimir Putin, de 68 anos, foi vacinado esta terça-feira à noite em privado contra a covid-19, informou o seu porta-voz, sem esclarecer qual a vacina que foi usada.

"Putin foi vacinado contra o coronavírus. Sente-se bem. Amanhã terá um dia de trabalho completo", afirmou Dmitry Peskov, citado pela agência de notícias russa Ria-Novosti.

No entanto, Peskov não especificou qual foi a vacina que Putin tomou entre as três desenvolvidas na Rússia. Antes, o porta-voz deixou claro que esta vacinação tão esperada seria realizada longe dos holofotes.

"Não a mostraremos, terão de acreditar na nossa palavra", destacou, acrescentando que o presidente russo não gosta de ser vacinado "diante das câmaras".

Dmitry Peskov também se negou a dizer se Putin foi vacinado com a Sputnik V, o imunizante mais conhecido da Rússia, ou com alguma das outras vacinas desenvolvidas no país.

Vladimir Putin havia prometido na segunda-feira que se vacinaria no dia seguinte, um anúncio longamente esperado depois de já ter feito uma promessa em dezembro neste sentido, quando teve início no seu país a campanha de imunização da população.

Muitos dirigentes políticos de todo o mundo foram vacinados contra a covid-19, inclusivamente o presidente americano, Joe Biden, o papa Francisco e a rainha Isabel II. Alguns fizeram-no diante das câmaras, como uma mensagem de confiança na ciência dirigida aos seus concidadãos.

Apesar do êxito anunciado da sua vacina, a Sputnik V, aprovada por 56 países, a Rússia luta para vacinar sua a população, que em grande parte se mantém desconfiada.

Até agora, apenas quatro milhões de russos receberam as duas doses da vacina, e outros dois milhões apenas a primeira. Isto representa apenas 4% da população, longe das taxas alcançadas nos Estados Unidos e no Reino Unido.

Segundo uma sondagem publicada no começo de março pelo centro independente Levada, quase dois terços dos russos pensam que a covid-19 é uma "arma biológica" fabricada pelo homem e 62% dos entrevistados dizem não estar dispostos a ser vacinados.