Pfizer já prepara vacina em pó contra a covid-19

Para evitar a necessidade de superfrigoríficos que mantenham a vacina a temperaturas muito baixas, a farmacêutica está a desenvolver uma versão em pó.
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Como manter a vacina a -32 graus celsius, a temperatura a que tem de estar para se manter eficaz e distribui-la pelo mundo? Este detalhe ensombra o êxito da vacina contra a covid-19 da Pfizer, uma das primeiras a revelar que a fase dos seus ensaios clínicos mostrava resultados de 90%:

Vacina em pó. Esta é a resposta da farmacêutica norte-americana, de acordo com as declarações do seu cientista-chefe, Mikael Dolsten, à Business Insider (acesso pago).

Neste processo, a vacina em pó, ou liofilizada, quando chega ao destino é reconstituída com líquido ficando finalmente pronta a ser injetada.

Na versão liofilizada, a vacina poderia ser usada com as temperaturas habituais e estar pronta em 2021. A primeira versão poderá chegar ao mercado ainda este ano, segundo o presidente da empresa.

Enquanto a vacina em pó não é uma realidade, a Pfizer criou um superfrigorífico que monitoriza os dados. Trata-se de um contentor do tamanho de uma mala de viagem que usa gelo seco para manter as temperaturas ultra-baixas. Depois de aberto este recipiente, a vacina pode ser armazenada durante cinco dias nos frigoríficos habituais (ou em mais gelo seco por mais 15 dias).

Nos EUA, grandes contentores frigoríficos, 350 ao todo, estão a ser preparados no Michigan para fazer a distribuição da vacina que na sexta-feira pediu a sua aprovação para distribuição e comercialização à autoridade do medicamento norte-americana, a FDA (Food and Drug Administration).

O pedido de autorização da vacina da Pfizer, desenvolvida em parceria com os alemães da BioNTech, surge dias depois de ter sido divulgado que a vacina apresentava uma eficácia de 95%, de acordo com os resultados clínicos efetuados.

Inicialmente, e de acordo com os procedimentos previstos, a FDA dará uma autorização de utilização de emergência, uma espécie de "luz verde" condicional em virtude da atual emergência sanitária, e provavelmente restrita a certos grupos.

"O pedido nos Estados Unidos representa uma etapa crucial na nossa procura por uma vacina contra a covid-19 para o mundo, e temos agora uma imagem mais completa da eficácia e da segurança da nossa vacina, o que nos dá confiança sobre o seu potencial", afirmou o presidente executivo da Pfizer, Albert Bourla, citado pelas agências internacionais.

"As empresas estarão prontas para distribuir a vacina poucas horas após a autorização", indicaram a Pfizer e a BioNTech, num comunicado conjunto.

A farmacêutica prevê que todos os dias seis camiões equipados com a devida capacidade de armazenagem a estas temperaturas ultra-baixas, transportando frascos com 975 frascos da vacina contendo cada um deles cinco doses (são 4895 doses por mala), levem a vacina contra a covid-19 aos distribuidores. Estima-se que cheguem a qualquer ponto dos EUA em um ou dois dias.

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