O Marítimo é um "problema" ainda a resolver para o regresso do futebol acontecer no dia 4 de junho. O presidente Carlos Pereira quer jogar o que resta da I Liga no Funchal, o que levou a Liga Portugal a questionar a Direção Geral da Saúde (DGS), segundo soube o DN, sobre o que isso implica e se há ou não condições para deslocação à ilha..A quarentena de 14 dias obrigatória, para quem chega à Madeira, ainda vigora, o que inviabiliza, para já, a deslocação das cinco equipa que ainda têm jogos com a equipa insular nos Barreiros. Além disso, sem data para o regresso dos voos regulares, a equipa liderada por José Gomes teria de viajar em voos fretados para cumprir as diretrizes da DGS..A questão dos estádios não é pacífica. O organismo que tutela o futebol profissional está a proceder a vistorias para decidir que recintos cumprem as recomendações da Direção-Geral de Saúde (DGS), que pretende concentrar todos os encontros no menor número de estádios possível..Nesse contexto foi recomendado que as equipas da Madeira e dos Açores passassem a jogar no continente para evitar deslocações e exposição de atletas e demais profissionais a contágio. A equipa do Santa Clara aceitou instalar-se na Cidade do Futebol (Oeiras) por dois meses, evitando assim fazer cinco viagens ao continente e que outras cinco equipas do continente se desloquem aos Açores..Algo que não parece preocupar o presidente do Marítimo Carlos Pereira. "Com o trajeto aeroporto, hotel, jogo e retorno, sem existir contacto com outras pessoas, apenas com intervenientes estritamente necessários, acho que não há nenhuma consequência negativa para a região", disse o líder do clube insular à RTP Madeira, justificando assim a decisão de se manter na ilha em vez de se mudar de malas e bagagens para o continente como o Santa Clara..E a Associação de Futebol da Madeira concorda. Rui Marote, que faz parte do gabinete de crise criado pela Federação, em representação das associações de futebol, considera que o Estádio dos Barreiros tem todas as condições para receber jogos da I Liga e não vê qualquer problema nas deslocações à ilha."Concordo com a opinião do presidente [Carlos Pereira], porque o estádio do Marítimo é o mais recente em Portugal e é aí que a equipa deve jogar. Reúne todas as condições para que os jogos aqui se realizem. Oferecemos condições hoteleiras de qualidade e o transporte aéreo também não oferece qualquer problema, segundo a opinião de pessoas habilitadas", defendeu Marote à RR ..E justificou: "Os jogadores das outras equipas fazem os seus jogos e regressam a casa, enquanto que os do Marítimo terão de estar praticamente dois meses sem ver as respetivas famílias. Isso é uma desvantagem, até a nível psicológico. Percebo que esta é uma situação excecional mas, dentro de um processo difícil, deve-se tentar ter o mínimo de igualdade.".O Marítimo encontra-se no 15.º lugar da I Liga, com 24 pontos..Impugnar campeonato, receber Taça de Portugal e ter adeptos no estádio.Carlos Pereira está irredutível. Além de querer receber jogos nos Barreiros e de ameaçar impugnar o regresso do campeonato caso isso não aconteça, o presidente do Marítimo sibiu ainda mais a parada e revelou que quer receber a Taça de Portugal, em alternativa ao Estádio Nacional do Jamor, que foi chumbado pela DGS. .O líder insular revelou num direto do Facebook as "três lutas" que decidiu travar. "Queremos conseguir pelo menos 33% da lotação dos Barreiros", assinalou o líder maritimista, antes de vincar o desejo de jogar o que resta do campeonato no Funchal e de revelar que já ofereceu o estádio para receber a final da Taça de Portugal, entre Benfica e FC Porto. ."Vamos um degrau de cada vez. O primeiro degrau será conseguir jogar nos Barreiros. Mas, nas minhas anteriores intervenções, sempre defendi que 33% da lotação também devia ser contemplada nesta retoma do camepeonato, com lugares marcados e a distância necessária. Mas pronto, vamos ter agora esta luta primeiro que é conseguir jogar em casa, depois em função daquela que for a evolução da pandemia, queremos tentar os tais 33% da lotação, mas também logo a seguir temos a luta da final da Taça de Portugal ser na Madeira. Portanto, são três lutas que temos e que vão ser permanentes", disse Carlos Pereira..* Artigo atualizado esta sexta-feira às 14.56.