Marcelo: "Impõe-se manter as medidas de contenção"

Presidente da República deu sinais claros esta terça-feira que irá renovar por mais 15 dias o estado de emergência, depois de ouvir os especialistas em saúde pública.
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Marcelo Rebelo de Sousa só decide amanhã se renova por mais 15 dias o estado de emergência nacional, mas já deu o sinal do que irá acontecer: "Impõe-se manter as medidas de contenção". Estas palavras do Presidente da República foram ditas após a reunião das mais altas figuras do Estado, líderes políticos, conselheiros de Estado e especialistas de saúde pública, no Infarmed, para avaliar a evolução da pandemia de covid-19. Uma reunião que durou largas horas e que o levou a concluir que "impõe-se manter a pressão na mola para que ela não suba".

Marcelo deu aos jornalistas, apesar da necessidade da manutenção do estado de emergência, a nota de dados positivos. Segundo o Presidente, olhando para a curva dos casos positivos de infeção pelo coronavírus, há uma "diferença apreciável" entre a primeira fase da pandemia e a fase recente. "A continuar o que parece ser uma tendência temos uma fixação em valores que podem vir a ser menos de metade, em média, dos que se verificaram na primeira fase". Marcelo estimou o crescimento atual das infeções por covid-19 entre os 15% e os 20%.

É desta evolução que poderá ser determinada a altura em que ser dará o chamado pico da pandemia, que poderá ou não ser "antecipado" da data prevista para final de maio pela Direção-Geral de Saúde. Sendo que no momento o que pode dizer é que "valeu a pena o esforço dos portugueses" que devem continuar a "fazer o que têm feito".

Manter escolas encerradas? Decisão a 7 de abril

Dados que ligou às medidas adotadas de encerramento das escolas e de contenção. "E se for assim, é uma boa notícia a premiar o esforço dos portugueses que assumiram como tarefa coletiva as práticas de contenção". Sobre uma eventual escalada de medidas para travar os que ainda tenham a tentação de se deslocar na semana da Páscoa, Marcelo não se quis pronunciar. Remeteu qualquer decisão para a reunião do Conselho de Ministros de dia 7, altura em que o governo decidirá se mantém as escolas encerradas, já que estava previsto essa situação apenas até dia 9 de abril, e que medidas ao abrigo do estado de emergência renovará. Mas tudo aponta para que os alunos já não regressem aos estabelecimentos para o terceiro período.

Marcelo relembrou que a posição sobre a renovação do estado de emergência será concertada com o governo e depois autorizada pela Assembleia da República, deixando ao executivo "os mais amplos poderes" num "quadro preventivo".

Sobre a necessidade de mais testes à população, Marcelo reiterou que os especialistas garantiram estar a seguir "os critérios internacionais" quanto às prioridades dos mesmos. E no caso, a prioridade é precisamente a sua extensão aos lares, começando pelos cuidadores e os utentes.

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