Juiz Carlos Alexandre insiste em ouvir primeiro-ministro presencialmente
Num despacho, Carlos Alexandre alega a dificuldade de "formular questões, sub-hipóteses, explicações e introitos", através da inquirição por escrito a António Costa, já autorizada pelo Conselho de Estado.
Alerta ainda o magistrado que, "havendo outros cidadãos acusados de coautoria, não será de desconsiderar" que se queiram solicitar esclarecimentos suplementares, difíceis de obter num depoimento escrito.
O juiz Carlos Alexandre entende que o pedido do Conselho de Estado para que o primeiro-ministro seja ouvido apenas por escrito "parece ter desconsiderado a posição assumida pelo tribunal [Tribunal Central de Instrução Criminal] quanto à necessidade de o depoimento ser presencial.
O DN contactou fonte do gabinete do primeiro-ministro que recusou comentar este despacho do magistrado.
A fase de instrução do processo de Tancos começou esta quarta-feira de manhã no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, com o interrogatório de Válter Abreu e Jaime Oliveira, que segundo a acusação estiveram envolvidos nos furtos das armas.
Válter Abreu é considerado pelo Ministério Público um dos responsáveis pelo assalto a Tancos e está acusado de cinco crimes em coautoria: associação criminosa, tráfico e mediação de armas, terrorismo e outro de tráfico e outras atividades ilícitas.
Jaime Oliveira, teve, de acordo com a acusação, responsabilidades no assalto ao paiol e está acusado, em coautoria, por associação criminosa e tráfico e outras atividades ilícitas.
O diretor da Polícia Judiciária, o diretor adjunto da PJ e um dos procuradores que investigou o caso de Tancos vão ser ouvidos como testemunhas a 19 de fevereiro, na fase de instrução do processo que começou esta quarta-feira.
De acordo com um despacho do juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal Carlos Alexandre, é considerado "forçoso proceder à inquirição" destas três testemunhas, tendo em conta o teor do requerimento de abertura de instrução do Coronel Amândio Marques, ex-diretor da direção de Investigação Criminal do comando da GNR e arguido por associação criminosa e tráfico de armas no caso de Tancos.
Luís Neves, diretor da PJ será ouvido pelas 09.30 do dia 19 de fevereiro, seguindo-se o procurador Geral Adjunto Vítor Magalhães, que integrou a equipa do Ministério Público que acusou os 23 arguidos do caso sobre o furto e o achamento do material de guerra do paiol de Tancos e depois o procurador João Melo, atual diretor adjunto da PJ, mas que também fez parte da equipa de investigação.
A fase de instrução do processo de Tancos começou esta quarta-feira de manhã no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, com o interrogatório Válter Abreu e Jaime Oliveira, que segundo a acusação estiveram envolvidos nos furtos das armas.