A precariedade habitacional, laboral e a necessidade de utilização de transportes públicos são as principais causas para o aumento das infeções no concelho de Loures, anunciou esta sexta-feira o município, indicando que se registam 500 casos ativos..O município de Loures, no distrito de Lisboa, é um dos concelhos da região de Lisboa e Vale do Tejo que registam mais casos positivos da covid-19, com um total acumulado de 1.383 desde o início da pandemia..No entanto, numa conferência de imprensa realizada ao final da manhã, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares (CDU), ressalvou que desses casos se mantêm ativos 33%, ou seja, cerca de 500..O autarca explicou que existe no terreno uma equipa de trabalho, composta por elementos da Saúde Pública, Segurança Social e Câmara Municipal, e que "todos os focos estão identificados", assim como "as medidas necessárias para os controlar"..Relativamente às razões para o aumento de casos, os responsáveis apontam para as situações de precariedade habitacional e social e para a necessidade de utilização de transportes públicos.."As condições sociais são um fator agravante da covid-19"."Estamos a falar de uma população ativa que trabalha. A subsistência acaba por ser mais forte do que o confinamento. Confirma-se que não estamos todos no mesmo barco e que as condições sociais são um fator agravante da covid-19", apontou..Sobre os transportes públicos, o autarca de Loures ressalvou o facto de a população do concelho estar "muito dependente do transporte rodoviário" e criticou a redução da oferta.."Parece-nos que o Estado, em vez de apostar no 'lay-off', devia usar essa verba para reforçar o serviço de transportes públicos. Precisamos de ter esse reforço no terreno", defendeu..Por outro lado, no sentido de sensibilizar as populações mais afetadas pela covid-19, Bernardino Soares referiu que a equipa de trabalho já realizou cerca de duas centenas de visitas aos locais mais críticos, onde foram realizados 560 testes, dos quais 25% deram resultado positivo..A esse propósito, o diretor do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Loures e Odivelas, António Alexandre, que também participou na conferência de imprensa, ressalvou que "a testagem não foi aleatória", mas incidiu nas pessoas que tinham maior contacto com os infetados.."Se tivesse sido aleatória é que seria preocupante. Estes resultados permitem-nos desenhar uma estratégia e por isso estamos muito confiantes", sublinhou..Apenas 18 casos necessitaram de cuidados intensivos.Em relação aos números, o responsável do ACES de Loures e Odivelas adiantou que, dos 1.383 casos registados até ao momento, apenas 18 necessitaram de cuidados intensivos, sendo que a maioria está a recuperar em casa..Neste momento, as freguesias mais afetadas no concelho de Loures são as uniões de freguesia de Camarate, Unhos e Apelação e de Sacavém e Prior Velho..Nesta conferência de imprensa participou também a coordenadora da Segurança Social de Loures e Odivelas, Catarina Magalhães..Portugal regista esta sexta-feira 1.505 mortes relacionadas com a covid-19, mais um do que na quinta-feira, e 36.180 infetados, mais 270, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.