Ligações ferroviárias entre todas as capitais de distrito, reativação da rede ferroviária ibérica, expansão e reorganização dos metros de Lisboa e Porto ou uma rede nacional de ciclovias. São alguns dos contributos que o plano desenhado pelo gestor António Costa Silva recebeu..Ao longo de um mês em consulta pública, o documento recebeu 1.153 ideias para acrescentar à versão inicial apresentada no final de julho para a visão estratégica para a década..A proposta do consultor contratado pelo Governo para definir as grandes linhas de atuação até 2030 vai servir de base para o Plano de Recuperação que o Governo vai divulgar no próximo dia 14 de outubro, seguindo no dia seguinte para análise preliminar pela Comissão Europeia..A versão final do plano deverá ficar concluída no início de 2021 para incorporar os fundos europeus para a recuperação económica pós-pandemia..O documento de Costa Silva está dividido em dez eixos estratégicos, sendo que foi o dedicado às infraestruturas física um dos que receberam mais contributos: 156 ideias, representando 14% do total de propostas recebidas..António Costa Silva incorporou algumas como a ligação ferroviária entre capitais de distrito, a conectividade ibérica por ferrovia ou a adoção da bitola europeia, sendo que nesta matéria, o gestor defende que dado o investimento necessário, não seria essencial para a interligação à Europa. E a alta velocidade entre Lisboa e Porto recebeu "um apoio consensual"..Ainda na mobilidade, surgiram contributos para uma rede nacional de ciclovias ou o investimento numa rede de superfície e de "elétricos" nas grandes cidades. Também substituir os grandes autocarros a gasóleo nos centros urbanos por veículos híbridos de menor dimensão..A transição energética foi o eixo estratégico que recebeu menos propostas, mas mereceu o destaque de Costa Silva na apresentação nesta terça-feira, na Fundação Gulbenkian em Lisboa..Neste campo, o consultor incorporou propostas para a eletrificação da economia e isso inclui também a "revisão da estrutura tarifária da eletricidade, vista como "um passo essencial para atingir o objetivo de eletrificação".."É importante para a performance da economia portuguesa a redução dos custos de contextos, em particular da energia", lê-se no documento divulgado nesta terça-feira. Uma matéria que está ligada às energias renováveis e ao plano para o hidrogénio verde lançado pelo Governo para Sines e também a mobilidade elétrica, com a aposta nas redes inteligentes..Entre os contributos recebidos, também consta a preocupação com a habitação e os preços do imobiliário, num debate sobre o papel do Estado social.."De entre as muitas propostas recebidas no domínio da habitação social e do arrendamento a preços acessíveis, destacam-se: o lançamento de um programa de redução da pobreza energética; maior regulação do mercado habitacional ou a concretização dos programas habitacionais", envolvendo as câmaras municipais, as regiões autónomas e as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto..Foi o eixo que recebeu mais contributos: 187, representando 16% da totalidade das propostas recebidas. "O debate público sobre este eixo não põe em causa qualquer das propostas apresentadas na visão estratégica, pelo contrário, vem reforçar a sua importância", começa por defender Costa Silva na adenda à versão inicial do plano..Destaca-se nesta matéria, as propostas para a educação básica e secundária, mas também a qualificação dos adultos e a necessidade de mecanismos de apoio social aos estudantes, sobretudo "no contexto de crise pandémica"..Leia mais em Dinheiro Vivo a sua marca de economia