Costa rejeita falta de equipamentos e apela: "É preciso manter uma enorme disciplina"
A mensagem foi sintonizada entre António Costa, que estava acompanhado pela ministra da Saúde, Marta Temido, e o diretor do Serviço de Infecciologia do Hospital Curry Cabral, Fernando Maltez. Mais do que todos os equipamentos de proteção para os profissionais de saúde tratarem os infetados com o novo coronavírus, o fundamental é evitar que o número de contágios dispare como em Itália, Espanha e Alemanha. "É preciso manter o isolamento social para conter a expansão da epidemia. Antes do número de ventiladores, do número de camas, é o isolamento de cada um nas suas casas. É preciso manter a disciplina, a higiene das mãos, não mexer na cara, não cumprimentar, não beijar, todas as outras coisas são sequenciais", frisou o primeiro-ministro.
A ideia foi secundada por Fernando Maltez, que garantiu não terem faltado equipamentos de proteção individual no seu hospital, nem estar previsto que venham a faltar a curto prazo. Mas frisou que "é preciso obedecer às medidas de contenção de forma religiosa", para evitar mais doentes internados e nos cuidados intensivos. O médico considerou que o país entrou em estado de emergência de forma mais "atempada" do que em Espanha, Itália e Alemanha, onde o número de infetados e de mortes tem disparado de forma incontrolada. "E se todos cumprirmos o isolamento social e os cuidados de higiene pode fazer toda a diferença nas curvas epidémicas verificadas nesses países", garantiu.
António Costa já tinha feito o mesmo apelo, depois de ter visitado o Hospital e ter agradecido os "enormes sacrifícios" que estão a ser feitos pelos profissionais de saúde no combate a esta doença. O primeiro-ministro quis ouvir e ver quais as necessidades daquela unidade de saúde, que dentro em breve poderá tornar-se um hospital exclusivamente dedicado ao covid-19 e que poderá alargar a sua capacidade de camas para mais 300.
O primeiro-ministro também rejeitou a falta de equipamentos de proteção e debitou aos jornalista o número de encomendas feitas, de batas, máscaras e luvas, tudo na casa dos milhares. "O material é necessário para amanhã, para depois de amanhã. É preciso manter os stocks", disse, mas lembrou que a procura por estes equipamentos está a ser feita à escala mundial, já que todos os países se estão a confrontar com a mesma doença.
Costa refutou também a ideia de que a Direção-Geral de Saúde não esteja a divulgar o verdadeiro número de infetados, com afirmou o presidente da Câmara de Ovar. "Cada médico faz a inscrição numa plataforma comum dos casos que identifica e a DGS agrega essa informação".