346 infetados em 24 horas. Portugal é o nono país com mais novos casos de covid-19

Ministra da Saúde atribui isto à capacidade de testagem do país, que ultrapassou um milhão de testes realizados este domingo. E lembra que Portugal tem indicadores cada vez mais positivos, nomeadamente, o número de internamentos e o de mortes.
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"Considerando a incidência de novos casos por cem mil habitantes, Portugal está em nono lugar. Considerando os [novos] óbitos, Portugal está em décimo lugar e recordo que somos um país particularmente envelhecido", disse a ministra da Saúde, esta segunda-feira, em conferência de imprensa. Marta Temido admitiu ainda que o número de novos casos se mantém "como antecipámos" entre os 200 a 300, mas que os serviços de saúde têm tido capacidade para dar resposta e que os números referidos se devem ao aumento da capacidade de testagem do país - um dos que mais testes realiza.

Em Portugal, nas últimas 24 horas, morreram três pessoas e foram confirmados mais 346 casos de covid-19 (um aumento de 0,94% em relação a ontem). Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta segunda-feira (15 de junho), no total, desde que a pandemia começou registaram-se 37036 infetados, 22852 recuperados (mais 183) e 1520 vítimas mortais no país.

Ou seja, há, neste momento, 12 664 doentes portugueses ativos a ser acompanhados pelas autoridades de saúde.

87% dos novos infetados têm residência na região de Lisboa e Vale do Tejo. Apesar deste número, que se tem mantido constante, o primeiro-ministro diz que, na Grande Lisboa, "estamos sensivelmente estáveis". "Há mais casos conhecidos, porque há mais testes realizados. Há um melhor conhecimento da situação", garantiu António Costa.

O governante apontou ainda, à margem da tomada de posse de João Leão como ministro das Finanças, que Portugal é o quarto país da Europa que faz mais testes por milhão de habitantes."É preciso saber quantos testes os outros fizeram. Verá que temos das mais baixas taxas de positivos da Europa", respondeu aos jornalistas.

Apenas 46 dos 346 casos do último dia não residem na zona da Grande Lisboa e estão distribuídos pelo Norte (mais 19 infetados), pelo Centro (18), pelo Alentejo (cinco) e pelo Algarve (quatro). Açores e Madeira não revelam nenhuma alteração à sua situação epidemiológica.

O RT (o indicador que mede a quantidade de contágios que cada infetado faz) mantém-se em todo o país abaixo de um, de acordo com os últimos dados disponíveis, relativos a 11 de junho, comunicados por Marta Temido. Lisboa e Vale do Tejo, estava em 0,97 e a responsável pela pasta da Saúde acredita que se irá manter abaixo de um. "Estimamos que casos em LVT comecem a reduzir", disse, acrescentando que, desde que a situação epidemiológica se mantenha, começará a ser pensado, na próxima semana, o regresso da atividade programada no Serviço Nacional de Saúde.

Quanto aos três óbitos notificados (dois em Lisboa e Vale do Tejo e um no Norte), duas destas pessoas tinham mais de 80 anos. A taxa de letalidade global do país é hoje de 4,2%, aumentando para 17,3% no caso das pessoas acima dos 70 anos - as principais vítimas mortais.

"Vale a pena recordar que a média semanal [de óbitos] tem vindo a cair. Foi de 5,4% na última semana, 10% na penúltima semana e de 12% na antepenúltima", referiu a ministra da Saúde, durante o briefing, no ministério, que a partir desta semana começa a acontecer às segundas, quartas e sextas-feiras, em vez de diariamente, "face à situação epidemiológica". Já o boletim da DGS continuará a ser publicado todos os dias, por volta da hora almoço.

Esta segunda-feira, estão internados 431 doentes (menos 12 que ontem), sendo que destes 73 encontram-se nos cuidados intensivos (o mesmo valor que ontem).

O boletim da DGS indica ainda que aguardam resultados laboratoriais 1241 pessoas e estão em vigilância pelas autoridades de saúde mais de 30 mil. O sintoma mais comum entre os infetados é a tosse (que afeta 38% dos doentes), seguida da febre (29%) e de dores musculares (21%).

Portugal atingiu um milhão de testes realizados

Este domingo, o país passou a barreira de um milhão de testes de despiste da covid-19 realizados, informou a ministra Marta Temido, em conferência de imprensa. Sendo que apenas 6,5% destes se revelaram positivos.

A responsável pela pasta da Saúde reforçou que o país tem feito uma campanha de recolha de análises muito consistente, lembrando o caso de Lisboa e Vale do Tejo, onde entre 30 de maio e 6 de junho foram feitos, em média, 4600 testes diários.

Grande Lisboa. Centros comerciais e Lojas do Cidadão reabrem esta segunda, mas podem ser dados passos atrás se não correr bem

Os cidadãos que vivem na área metropolitana de Lisboa (AML) passam, a partir desta segunda-feira, a usufruir dos mesmas serviços e regras das restantes regiões do país. Abrem os centros comerciais e as Lojas do Cidadão, que já funcionavam noutras cidades, seguindo as regras da Direção-Geral de Saúde.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo passa ainda a ser permitido ajuntamentos com mais dez pessoas, ou seja, com até 20 pessoas, tal como já acontecia no resto do país. No entanto, a ministra da Saúde admitiu hoje que caso o alívio da contenção dê origem a uma subida dos casos na região, "podemos pensar em medidas de maior confinamento ou de aperto em várias áreas". Isto apesar de Marta Temido ter referido que o desconfinamento não está na origem da maioria dos novos casos.

A AML integra os municípios de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.

Esta segunda-feira, também é dia de reabertura para alguns dos Ateliers de Tempos Livres (ATL), que terão agora de incluir uma área de isolamento, definição de circuitos, ou atualização de contactos de emergência das crianças.

Os ATL devem ter condições de higienização e desinfeção, e equipamentos como máscaras para todo o pessoal. Deve ser feita uma limpeza geral e desinfeção das instalações antes da abertura.

435 mil mortes por covid em todo o mundo

O novo coronavírus já infetou mais de oito milhões de pessoas no mundo inteiro, até esta segunda-feira às 09:36, segundo dados oficiais. Há agora 4,1 milhões de recuperados e 435 988 mortes a registar.

Os Estados Unidos da América são o país com a maior concentração de casos (2 162 228) e de mortes (117 858). Em termos de número de infetados, seguem-se o Brasil (867 882) e a Rússia (537 210). Portugal surge em 32.º lugar nesta tabela.

Quanto aos óbitos, depois dos Estados Unidos, o Brasil é a nação com mais mortes declaradas (43 389). Seguem-se o Reino Unido (41 698) e a Itália (34 345).

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