O Exército russo reivindicou hoje a conquista de uma nova aldeia no leste da Ucrânia, perto da cidade estratégica de Pokrovsk, uma região onde as forças russas avançavam há várias semanas..O Ministério da Defesa russo diz ter capturado a aldeia de Mykhailivka, às portas da cidade de Selidove, alvo de bombardeamentos ao longo de meses e de onde a maioria dos habitantes fugiu..A cidade de Pokrovsk, com cerca de 60 mil habitantes antes da ofensiva russa, constitui um importante centro logístico para o exército ucraniano e alberga a única mina sob controlo ucraniano que produz coque, um carvão necessário para o fabrico de aço..A perda dessa mina reduziria para metade a produção de aço, essencial à indústria militar e cuja importação é dispendiosa..O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse no sábado que a situação das forças ucranianas no leste da região de Donetsk, onde se localiza Pokrovsk, e no sul de Zaporizhia era "muito difícil"..Já hoje, Zelensky pediu aos seus parceiros ocidentais que forneçam a ajuda militar necessária a tempo para que o país se possa defender e responder à agressão russa.."Os nossos parceiros têm a oportunidade de fornecer a quantidade e a qualidade necessárias de sistemas de defesa antiaérea, de tomar decisões para tornar as nossas capacidades de longo alcance suficientes e de assegurar a entrega atempada de assistência de defesa às nossas tropas", afirmou numa mensagem publicada nas redes sociais..O Presidente ucraniano afirmou que "não há tempo a perder" e sublinhou a necessidade de "enviar um sinal claro de determinação".."Estamos a trabalhar incansavelmente para garantir os meios que permitam à Ucrânia responder plenamente ao terror russo", acrescentou..Volodymyr Zelenski disse que, só esta semana, a Rússia lançou cerca de 900 bombas aéreas guiadas, mais de 40 mísseis e 400 drones de ataque de vários tipos contra a Ucrânia.."Nenhuma nação devia enfrentar sozinha tais provações", disse. .Papa faz apelo.Também hoje, o Papa Francisco exortou a comunidade internacional a "não deixar os ucranianos morrerem de frio" face à chegada do inverno e à falta de energia e ajuda alimentar.."Faço um apelo para que não se deixe morrer de frio os ucranianos. Cessem os ataques aéreos contra a população civil, que é sempre a mais afetada", pediu o pontífice, no final da oração dominical do Angelus.."Chega de matar inocentes", acrescentou diante dos milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano..Francisco encontrou-se na sexta-feira com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, um dia depois de se encontrar o chefe da Igreja Greco-Católica ucraniana, Sviatoslav Shevchuk, que alertou que seis milhões de ucranianos poderiam ficar "sem comida" e sujeitos ao frio nos próximos meses.