Laura Kerry e Paul Motzheim, fotografados em Lisboa
Laura Kerry e Paul Motzheim, fotografados em LisboaPaulo Spranger

Condé Nast destaca diversidade hoteleira nacional e reforça aposta no país

A responsável da Condé Nast Johansens, Charlotte Evans, aplaude hoteleiros portugueses e diz que espera continuar a adicionar unidades aos seus guias de luxo
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Foi durante uma tarde muito quente que nos encontrámos com os responsáveis da Condé Nast Johansens, em Lisboa. Estiveram na capital portuguesa para um encontro com hoteleiros nacionais, numa altura em que o país conta com mais de 40 unidades destacadas nos guias da editora britânica.

Se Portugal partilha com Itália ou Espanha a diversidade natural, a gastronomia mediterrânica e a constância do clima, a verdade é que é pela diversidade da oferta na hospitalidade que se tem destacado, refere Charlotte que, ao contrário do que estava previsto, se juntou à conversa através de videochamada. Em Lisboa, porém, estiveram os responsáveis de comunicação e marketing da marca, Laura Kerry e Paul Motzheim, que foram complementando as declarações de Charlotte.

“Temos tido alguma informação privilegiada e acredito que o que tem feito a diferença, em Portugal, é a variedade de tipo de férias, alojamento e propriedades que vocês têm por cá. Vocês têm boutique hoteis, unidades independentes, villas, hotéis de grandes cadeias...” Um cenário que dá conforto a um leque muito alargado de consumidores, vindos de várias geografias e com orçamentos diferenciados, esclarecem.

“Se quiserem estar no meio da cultura, conseguem, mas também podem ir à praia ou fazer programas de natureza”. Além disso, realçam os responsáveis, Lisboa sobretudo transformou-se muito rapidamente nos últimos 10 anos, com uma imensidão de hotéis a surgir, o que tem feito os olhares estarem ainda mais atentos à evolução do setor.

“Parabéns a Portugal”, reforça Charlotte Evans. “A indústria dos hotéis de luxo está a explodir. Absolutamente a explodir e o crédito é todo dos hoteleiros portugueses”, reforça. “O público britânico tem colocado Portugal no TOP 10 dos seus destinos, e por excelentes razões”, repete.

Num relatório apresentado já posteriormente ao encontro com o DN/Dinheiro Vivo, a Condé Nast dava conta de que, na verdaed, Lisboa aparece em segundo lugar na preferência dos viajantes. “O estudo “Hábitos de Férias de Luxo 2025”, realizado entre cerca de 1.700 utentes do website da Condé Nast Johansens e nos guias impressos “Condé Nast Johansens: Luxury Hotels 2025” e “Condé Nast Johansens: Luxury Spas 2025” durante o primeiro trimestre deste ano, destaca as preferências dos viajantes de luxo nas suas escapadas durante este ano”, anuncia a editora em comunicado. “Lisboa, com 28% das respostas, situa-se na segunda posição, conjuntamente com Roma e Barcelona, depois de Paris, que é a primeira escolha para 33%” dos inquiridos. “As cidades como destinos de férias de luxo estão na moda (69% vs. 65% em 2024), frente aos de praia que também aumentaram em relação ao ano passado (58% vs. 55%). A gastronomia também continua a ser um dos fatores que mais alicia os consumidores – 76% dizem que é importante.

Um dos assuntos inevitáveis da conversa com Evans foi a questão da sustentabilidade – o setor do turismo é um dos que mais tem estado sob pressão, com as viagens e o desperdício a ocupar o topo das preocupações de consumidores e gestores hoteleiros. “Nós temos uma grande oportunidade agora”, responde, por seu lado, Evans. “Creio que tanto clientes como hoteleiros estão muito mais conscientes em relação ao tema, e estão também muito mais exigentes. Já não é possível um hotel afirmar que é sustentável mas depois não ser consequente com aquilo que apregoa”, refere.

“Penso que o hóspede é muito rápido a perceber quando visita o hotel, se este é muito genuíno sobre as suas práticas ecológicas ou sustentáveis ou se está ser dissimulado sobre as suas práticas. E os hotéis que têm mais sucesso são aqueles que contam esta história aos seus hóspedes desde o início, tornando-a parte da viagem dele”.

Na verdade, continuou a responsável, “diria que as ações de sustentabilidade estão no centro de todo o negócio”. No mesmo sentido, referiu Evans, importa perceber que os hoteleiros estão também sob pressão, a tentar responder a mudanças cada vez mais aceleradas, e a consumidores cada vez mais novos e com desejos muito diferentes daqueles que eram os dos clientes de há uns anos – o luxo passou a ser uma experiência, o poder de compra pode vir de mercados asiáticos (para quem o luxo é uma coisa) ou dos mercados latino-americanos (para quem o luxo é outra..); as redes sociais passaram a ser uma realidade e a oferta e a procura funcionam de forma muito diferente daquilo que acontecia há uma década, se tanto...

Mas, no meio de tanta rapidez e incerteza sobre de onde virá a próxima vaga de hóspedes e do que podem procurar, uma coisa deverá ser certa: o bem-estar veio para ficar, e as unidades que conseguirem responder com produtos de qualidade e serviços de luxo deverão manter-se no topo das preferências, estejam na cidade, no campo ou na praia.

A abordagem holística do bem-estar está, revela ainda Evans, no topo da procura por parte dos consumidores inquiridos pela Condé Nast nos diversos questionários que a editora leva a cabo.

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