Surto de hepatite A leva escolas do Montijo a alertar encarregados de educação
António Gomes/Arquivo

Surto de hepatite A leva escolas do Montijo a alertar encarregados de educação

Agrupamentos escolares do concelho receberam aviso da delegada de saúde a informar que “na área de abrangência da ULS Arco Ribeirinho, que inclui os concelhos de Alcochete, Barreiro, Moita e Montijo, ocorre um surto de hepatite A”
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Vários agrupamentos escolares do concelho do Montijo foram notificados pela Delegada de Saúde da Unidade de Saúde Pública (USP) do Arco Ribeirinho para comunicar aos encarregados de educação a existência de um surto de hepatite A na região.

O DN teve acesso a um email enviado aos pais pela direção de um agrupamento escolar do concelho, onde se lê que “na área de abrangência da ULS Arco Ribeirinho, que inclui os concelhos de Alcochete, Barreiro, Moita e Montijo, ocorre um surto de hepatite A”.

Na mensagem, a escola informa que está a cumprir as orientações recebidas das autoridades de saúde, recordando que a hepatite A integra o grupo de doenças de notificação obrigatória e de evicção escolar (falta às aulas), o que implica a aplicação de medidas de prevenção, alerta e controlo para evitar a propagação do vírus.

DN teve acesso à mensagem enviada aos encarregados de educação.
DN teve acesso à mensagem enviada aos encarregados de educação.

O nosso jornal confirmou que mensagens semelhantes foram enviadas a encarregados de educação de outros agrupamentos escolares do Montijo, não tendo sido possível confirmar se o mesmo se verificou nos outros concelhos do Arco Ribeirinho.

Esta quinta-feira, dia 13 de novembro, todas as escolas da freguesia do Montijo estiveram fechadas, mas o motivo foi o mau tempo, que causou estragos e dezenas inundações na cidade. O encerramento resultou de uma indicação da Proteção Civil.

O DN sabe que, na segunda quinzena de outubro, foi detetado um caso de hepatite A num aluno que frequenta a escola D. Pedro Varela, no Montijo. A recomendação dada aos encarregados de educação dos outros alunos da turma foi de, por prevenção, se deslocarem ao centro de saúde da cidade para vacinarem gratuitamente os educandos.

Para esse processo, foi coordenada entre escola e unidade de saúde uma data e horário específico os alunos serem vacinados, sendo que a decisão de o fazer ou não pertencia ao encarregado de educação. Entre a identificação e comunicação do caso e a data de vacinação distou menos de uma semana.

As aulas não foram suspensas em nenhum momento e, até à data, não foram reportados mais casos na turma, tendo já o aluno em questão regressado à escola.

O DN contactou a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Ministério da Educação sobre o assunto, para tentar confirmar a dimensão real do surto e que protocolos foram ativado, mas até ao momento não foi possível obter resposta. Também não foi possível contactar a delegada de Saúde responsável pela área do Arco Ribeirinho.

Entretanto, o Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) alertou para o aparecimento de novos casos de hepatite A, sobretudo na região de Lisboa, em simultâneo com um novo surto de mpox. Citada pela agência Lusa, a organização apela à vacinação contra ambas as doenças e insiste que a vacina contra a hepatite A deve ser disponibilizada gratuitamente, como previsto na Norma de Orientação Clínica publicada pela DGS no verão de 2025.

Em comunicado, o GAT sublinha que “a vacinação, quando disponível, é a melhor prevenção”, mas alerta que o “acesso precário à imunização é a principal barreira à contenção da transmissão dos vírus”.

À agência Lusa, a DGS confirmou que se tem verificado “um aumento do número de casos [de mpox], sugerindo uma possível intensificação da transmissão, embora ainda sem evidência de um novo pico epidémico”.

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