Pedro Bogas
Pedro BogasFoto: Gerardo Santos

Presidente da Carris apresenta a demissão após reunião com Carlos Moedas

O pedido de demissão de Pedro Bogas é extensível a todos os restantes elementos do Conselho de Administração da empresa.
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Pedro de Britos Bogas apresentou esta quarta-feira, 22 de outubro, a demissão de presidente do Conselho de Administração da Carris. A decisão foi tomada após uma reunião com Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

O pedido de demissão é extensível a todos os restantes elementos do Conselho de Administração da empresa, avança a Câmara Municipal de Lisboa em comunicado.

"A atual Administração garantirá a gestão, dentro dos prazos e limites legais, até à escolha de um novo Presidente e Conselho de Administração da Carris", pode ler-se na nota.

A demissão foi aceite por Moedas, que "compreende e aceita os motivos apresentados, considerando fundamental a nomeação de uma nova Administração, que será apresentada oportunamente, para um novo mandato".

O edil lisboeta "destaca a forma profissional e corajosa com que no momento mais duro do mandato, na sequência do trágico acidente do Elevador da Glória, o atual Conselho de Administração defendeu os interesses da empresa e, apesar de terem colocado o lugar à disposição desde a primeira hora, aceitaram manter-se em funções".

Moedas "reforça e assume a preocupação de querer restabelecer o mais depressa possível a total confiança e credibilidade de uma empresa fundamental para a cidade de Lisboa".

O presidente da Carris apresentou a demissão logo na noite do acidente, mas Moedas recusou-a. "Aqui ninguém foge", terá respondido na altura o autarca.

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Moedas não vai reconduzir administração da Carris após conjunto de falhas técnicas "bastante graves"

Fonte próxima de Moedas havia indicado à SIC que este considera "bastante graves o conjunto de falhas técnicas detetadas ao longo de várias anos e processos que envolvem, essencialmente, as duas últimas administrações", pelo que não iria reconduzir a presente administração.

Na sequência da divulgação do relatório preliminar ao descarrilamento do elevador da Glória, o autarca "assume a preocupação de querer recuperar o mais depressa possível a confiança e credibilidade da empresa."

A atual administração, liderada por Pedro Bogas, foi viabilizada pelo PS em maio de 2022. Segundo os estatutos da empresa, o mandato dos titulares dos órgãos sociais da empresa é coincidente com o dos titulares dos órgãos autárquicos do município. Ou seja, o presente mandato terminava no final deste ano.

Antes de Bogas, era Tiago Farias que exercia funções de presidente da Carris desde 2016, quando a autarquia assumiu a gestão da rodoviária.

O relatório preliminar do GPIAAF revela que o cabo que unia as duas cabinas do Elevador da Glória e que cedeu no seu ponto de fixação da carruagem que descarrilou não respeitava as especificações da Carris, nem estava certificado para uso em transporte de pessoas.

Além de falhas e omissões na manutenção, este organismo público apontou também a falta de formação dos funcionários e de supervisão dos trabalhos efetuados pela empresa prestadora do serviço.

O GPIAAF diz, por exemplo, que as inspeções previstas para o dia do acidente “estão registadas como executadas, embora detenha evidências de que não foram feitas no período horário indicado na correspondente folha de registo”.

Aquele gabinete recomenda ainda à Carris que não reative os ascensores de Lisboa “sem uma reavaliação por entidade especializada”, e ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes que implemente um quadro regulamentar apropriado.

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Como era Lisboa quando chegaram os ascensores? E qual o futuro após a tragédia no Elevador da Glória?

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