Neonazi Mário Machado agredido por outros reclusos na prisão de Alcoentre
O neonazi Mário Machado foi agredido no Estabelecimento Prisional de Alcoentre, onde está a cumprir pena de dois anos e 10 meses de prisão efetiva por incitamento ao ódio e à violência contra mulheres de esquerda em publicações nas redes sociais.
A informação foi avançada esta quarta-feira (4 de junho) na SIC Notícias e confirmada por Frederico Morais, do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional. A agressão ao líder do Grupo 1143 terá ocorrido na passada segunda-feira e foi levada a cabo por um grupo de reclusos, tendo Mário Machado sido transferido de ala.
"Pela informação que tenho, foram indivíduos de etnia cigana, reclusos que, quando Mário Machado foi à cela dele colocar as coisas, o agrediram", disse Frederico Morais em declarações ao canal de televisão.
O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional referiu que "Mário Machado teve sorte". "Por acaso, na segunda-feira, existiam guardas suficientes, o que não costuma acontecer, porque nós, primeiro, para socorrer o recluso, também temos de garantir a nossa segurança para poder entrar na ala", disse.
"Os reclusos, quando os meus colegas chegaram, respeitaram as ordens, pararam", tendo sido possível retirar Mário Machado ,"que, neste momento, está noutra ala", afirmou ainda Frederico Morais.
De acordo com a SIC notícias, não foi necessário prestar assistência médica a Mário Machado, que não terá apresentado queixa.
O dirigente sindical realçou "que os guardas prisionais são cada vez menos". "Aquele até é um estabelecimento prisional que, neste momento, está em greve ao trabalho suplementar devido à exploração que o corpo da guarda sofre... e teve sorte. Havia guardas naquele dia para o poderem socorrer, poderíamos estar aqui a falar de um caso bem mais grave, devido à falta de guardas prisionais", explicou o presidente do Sindicato Nacional da Guarda Prisional.
Questionado sobre as consequências da falta de guardas prisionais, Frederico Morais contou na SIC Notícias que, na terça-feira, lhe foram transmitidos relatos, num plenário, no Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira.
"Os meus colegas relataram-me duas tentativas de homicídio entre reclusos. Nós somos cada vez menos, cada vez nos exigem mais tarefas para fazer. Agora, obrigam-nos a estar constantemente nos pátios, constantemente em atividades desnecessárias, que nós continuamos a validar como desnecessárias para a reinserção social", lamentou.
Referiu ainda que "já estamos quase em setembro de 2025" e "as alterações de segurança nas cadeias são cada vez menos". "Nós, guardas prisionais, tememos pela nossa vida cada vez mais. Chega a estar um guarda para 300 reclusos numa ala", denunciou o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional.
Mário Machado, recorde-se, está a cumprir pena de dois anos e 10 meses de prisão efetiva por incitamento ao ódio e à violência devido a mensagens publicadas nas redes sociais que visaram em particular Renata Cambra, fundadora do partido Trabalhadores Unidos.
A 22 de maio, a PJ, em comunicado, confirmou ter cumprido "um mandado de detenção para cumprimento de pena de dois anos e 10 meses de prisão efetiva, de um homem, de 49 anos, militante neonazi, condenado por discriminação, incitamento ao ódio e à violência e instigação pública, pelo Tribunal da Relação em dezembro do ano passado."