PJ detém Mário Machado e entrega-o na cadeia para cumprir pena
A Polícia Judiciária, pela Unidade Nacional de ContraTerrorismo, procedeu esta quinta-feira à detenção do neonazi Mário Machado para o apresentar nos Serviços Prisionais, de forma a que comece a cumprir a pena de dois anos e 10 meses de prisão efetiva a que foi condenado por incitamento ao ódio e à violência contra mulheres de esquerda em publicações nas redes sociais.
Também nas redes sociais, mais concretamente num chat do Signal, o líder do movimento 1143 tinha comunicado que se apresentaria na próxima segunda-feira, dia 26, no Estabelecimento Prisional das Caldas da Rainha. Mas a PJ, que tem seguido de perto os passos do militante da extrema-direita, deu cumprimento a um mandado de detenção e decidiu assegurar antecipadamente esse ingresso de Mário Machado na prisão, não esperando que o neonazi se apresentasse voluntariamente, como tinha assegurado o seu advogado, José Manuel Castro, que garantira também que não tinha sido emitido até à altura qualquer mandado de detenção.
Já antes, numa manifestação contra os imigrantes em Albufeira em fevereiro, o líder do Grupo 1143 tinha anunciado que se iria entregar na prisão, mais precisamente a 25 daquele mês, o que não se concretizou.
Mais recentemente, durante as celebrações do 25 de Abril, Mário Machado esteve envolvido em confrontos entre grupos de extrema-direita e manifestantes antifascistas no Largo de São Domingos, em Lisboa, tendo sido mesmo detido, juntamente com o ex-juíz Rui Fonseca e Castro, fundador do Ergue-te.
Este quinta-feira, em comunicado, a PJ, confirmou ter cumprido "um mandado de detenção para cumprimento de pena de dois anos e 10 meses de prisão efetiva, de um homem, de 49 anos, militante neonazi, condenado por discriminação, incitamento ao ódio e à violência e instigação pública, pelo Tribunal da Relação em dezembro do ano passado."
O dirigente do grupo 1143 foi detido em casa e levado para o Estabelecimento Prisional de Lisboa, de onde pedirá para ser transferido para as Caldas da Rainha, segundo informação do advogado à Lusa.
Apelo a “prostituição forçada” de mulheres de esquerda
Machado terá de cumprir pena depois de ter perdido o último recurso possível no Tribunal Constitucional contra a condenação, em primeira instância, há um ano, por mensagens publicadas no X, em que este e Ricardo Reis apelavam à "prostituição forçada" das mulheres dos partidos de esquerda, e que visaram em particular a professora e dirigente do Movimento Alternativa Socialista (MAS) Renata Cambra.
A defesa de Mário Machado recorreu ao Constitucional depois de a decisão de primeira instância ter sido confirmada pelo Tribunal da Relação de Lisboa, que rejeitou o argumento da defesa de que as declarações teriam sido um “exercício de humor”.