Mário Nogueira confirma que vai deixar a Fenprof após 18 anos na liderança
Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), confirmou esta sexta-feira que não vai recandidatar-se ao cargo nas eleições que se realizam durante o congresso nacional, em maio, deixando desta forma a liderança da federação após 18 anos.
O Congresso Nacional dos Professores vai realizar-se nos dias 16 e 17 de maio em Lisboa, mas cerca de um mês antes, a 10 de abril, está prevista uma conferência de imprensa para anunciar os candidatos que as direções dos sindicatos da Fenprof vão apresentar a eleições.
Mário Nogueira não será um desses nomes, confirmou o sindicalista durante uma conferência de imprensa, na Escola Secundária D. Dinis, em Lisboa, onde esteve reunido o Secretariado Nacional da Fenprof.
“Uma vez que irão sair deste congresso os coordenadores dos vários órgãos – secretário-geral, presidente do Conselho Nacional e presidente do Conselho de Jurisdição – nesse dia 10 de abril estaremos já em condições de dizer quem são os candidatos que a direção da Fenprof apresenta”, afirmou.
Na liderança da Fenprof desde 2007, o atual secretário-geral já tinha admitido que o congresso poderá ser “um momento de renovação dos quadros”, sem revelar se tinha a decisão tomada quanto à sua recandidatura.
O secretário-geral garante, no entanto, que vai manter-se na federação. “Jamais era capaz de abandonar a Fenprof”, afirmou, acrescentando que, quanto à liderança, “é o momento próprio de sair”.
“Foram 18 anos muito bem acompanhado. Se não fossem os meus camaradas dos sindicatos e das coordenações, não tínhamos feito o que fizemos. Alguém tem de dar a cara, mas o trabalho é coletivo”, afirmou.
A 3 de março, em declarações ao DN, Mário Nogueita tinha negado que já tivesse decidido sobre a sua saída, lembrando na altura que a discussão ainda não tinha sido feita.
Filho único, Mário Nogueira nasceu em Tomar a 11 em janeiro de 1958 e foi aí que conclui o curso liceal. No magistério, em Coimbra, desenvolveu o interesse pelo cinema francês e pela política. Ao segundo, deu seguimento prático: foi deputado na Assembleia Municipal de Coimbra e, durante 17 anos, dirigente da Associação Académica de Coimbra, terminando o curso em 1978/79, com posterior licenciatura em Educação Especial. Apoiante da primeira candidatura presidencial de Otelo Saraiva de Carvalho e dos Grupos Dinamizadores de Unidade Popular, frente que juntou UDP, MES, FSP e PRP, aderiu à União dos Estudantes Comunistas (UEC) em 1977.
Trinta anos depois, tornar-se–ia o amado e muito odiado secretário-geral da Fenprof. É assim há 18 anos. Assim deixará de ser já próximo congresso da federação (Lisboa, 16 e 17 maio de 2025).