Henrique Gouveia e Melo
Henrique Gouveia e MeloGerardo Santos / Global Imagens

Ministério Público investiga ajustes diretos na Marinha em que Gouveia e Melo estará envolvido

Em causa, de acordo com a revista Sábado, estão 57 contratos aprovados pelo agora candidato presidencial. Gouveia e Melo garante que sempre foi "íntegro" e estranha momento de divulgação desta notícia
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O Ministério Público de Almada está a investigar vários ajustes diretos na Marinha que terão sido aprovados por Henrique Gouveia e Melo enquanto comandante Naval da Marinha (2017 a 2020), avança esta segunda-feira, 29 de dezembro, a revista Sábado.

Em causa, de acordo com a publicação, estão 57 contratos aprovados pelo agora candidato presidencial.

Segundo a revista, apesar do perdão do Tribunal de Contas, em 2024, relativamente a eventuais infrações financeiras, o processo 40/17 mantém-se em inquérito no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Almada.

A candidatura de Gouveia e Melo à Presidência garantiu à Sábado que o ex-almirante nunca prestou declarações, nem foi notificado para o fazer.

Em campanha presidencial nos Açores, o candidato presidencial garantiu esta segunda-feira: "Não tenho nada a esconder, nada que me envergonhe". E continuou: "Eu sou totalmente transparente. Quem não deve, não teme. Se for notificado, vou responder. Nós não escondemos nada".

Repetindo que sempre foi "íntegro" e que não é "opaco", Gouveia e Melo afirmou-se tranquilo e disponível para prestar esclarecimentos "no fórum certo", tendo levantado suspeitas acerca do timing para a divulgação desta notícia. "Como é que a 15 dias do fim do processo eleitoral aparece uma coisa de 2018, é uma coincidência estranha...", comentou, lamentando "insinuações à última hora". Questionado pelos jornalistas se considera que se trata de uma "notícia plantada", respondeu com uma pergunta: "Há dúvidas?".

O candidato explicou que abaixo de si havia toda uma estrutura administrativo-financeira. "Só ganhei o meu ordenado, nunca tive contactos com fornecedores", disse.

Gouveia e Melo disse que nunca foi notificado, nem ouvido em nenhuma das qualidades, acrescentando que nem conhecia a existência do processo no DCIAP de Almada, tendo descoberto apenas pela Sábado.

Segundo a revista, a investigação foi atribuída à Polícia Judiciária Militar (PJM), que há quatro anos entregou um relatório pericial e um relatório final ao MP. Entre outras conclusões, os investigadores detetaram uma excessiva concentração de ajustes diretos à empresa Proskipper, entretanto dissolvida em outubro de 2022. A PJM identificou 57 contratos suspeitos, que foram aprovados pelo atual candidato à Presidência.

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