Marcelo considera situação na saúde "muito difícil" e diz que os caminhos estão "cada vez mais apertados"
FOTO: JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Marcelo considera situação na saúde "muito difícil" e diz que os caminhos estão "cada vez mais apertados"

O Presidente da República defende "decisões de fundo muito difíceis", mas diz que ainda está "a somar dados" e a "ganhar perspectiva".
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O Presidente da República considerou este domingo, 28 de setembro, que a situação da saúde em Portugal é "muito difícil" que "os caminhos para sair dela são cada vez mais apertados" e obrigam a "decisões de fundo muito difíceis".

"A situação é muito difícil, complica-se com o tempo, e as hipóteses, os caminhos para sair dela são cada vez mais apertados, mas têm de ser seguidos", afirmou. 

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava durante a Festa do Livro no Palácio de Belém, em Lisboa, voltou a remeter para "a seguir às autárquicas" de 12 de outubro a sua análise sobre esta matéria, referindo que está "a somar dados" e a "ganhar perspectiva".

O chefe de Estado adiantou, no entanto, que considera que os "grandes problemas" do setor da saúde "não são muitos, são poucos, mas fundamentais", e "ou se resolvem esses grandes problemas ou o resto depois acontece".

Interrogado sobre uma notícia sobre o nascimento de um bebé numa ambulância, o Presidente da República comentou: "Quando vejo estas notícias e outras, digo que, havendo por resolver aqueles grandes problemas, podem acontecer estes factos com muita frequência".

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que a situação do setor "obriga a decisões de fundo muito difíceis" e, questionado se há falta de coragem política, contrapôs: "Não é um problema de coragem política, é um problema de dificuldade da situação".

Nesta ocasião, o chefe de Estado nunca se referiu à ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Confrontado com críticas por não falar mais cedo da situação do setor, justificou a sua opção: "Eu estou a somar dados, por um lado. E, por outro lado, a ganhar perspetiva, para ver se aquilo que eu penso, que é o meu ponto de vista, tem justificação ou não. Daqui a mais uma semana ou duas tenho mais razões para achar que tenho justificação".

Marcelo destaca "estabilidade apreciável" em Portugal nos seus mandatos

O Presidente da República defendeu que houve "estabilidade apreciável" em Portugal nos seus mandatos, apesar das dissoluções do parlamento, que afirmou terem sido indesejadas, por fatores fora do seu controlo e a terceira "totalmente alheia" à sua vontade.

Questionado sobre as críticas pelas "três bombas atómicas" nos seus mandatos, que Sampaio da Nóvoa, em entrevista à TSF, qualificou como "uma violência democrática absolutamente imensa" que foi "pasto fértil para estes populismos", o chefe de Estado começou por expressar admiração pelo antigo candidato presidencial, que foi seu adversário em 2016.

"Eu não costumo comentar figuras da vida política portuguesa, e muito menos uma pessoa que eu admiro muito, que ainda por cima foi meu adversário há dez anos, e que eu admiro e que acho que tem perfil para poder ser Presidente da República. Depois não quis candidatar-se mais, mas tinha perfil", considerou.

Depois, Marcelo Rebelo de Sousa falou das suas três dissoluções, justificando-as uma por uma, comparou a situação política portuguesa dos últimos anos com as de outros países europeus e assinalou o tempo de convivência que teve com o anterior primeiro-ministro, António Costa.

"Portugal tem tido uma estabilidade apreciável, porque em dez anos teve verdadeiramente dois primeiros-ministros, um dos quais oito anos e meio. É uma apreciável estabilidade", defendeu.

O Presidente da República referiu que "foi possível haver uma coabitação de um Governo [do PS] o mais à esquerda da democracia portuguesa depois da revolução com um Presidente de direita", frisou que conviveu com o mesmo primeiro-ministro "durante oito anos e meio", e comentou: "Se isto não é estabilidade, não sei o que é estabilidade".

No seu entender, "os sistemas políticos estão todos muito em crise, nomeadamente os europeus, e Portugal tem aguentado mais do que a generalidade dos sistemas políticos europeus".

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