Papa Francisco e Marcelo Rebelo de Sousa em 2023
Papa Francisco e Marcelo Rebelo de Sousa em 2023Leonardo Negrão

Governo vai decretar luto nacional de três dias

O primeiro-ministro reagiu à morte de Francisco dizendo que este deixa um singular legado de humanismo, empatia, compaixão e proximidade às pessoas.
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O Governo vai decretar luto nacional em memória do Papa Francisco, que morreu esta segunda-feira aos 88 anos. A proposta apresentada ao Presidente da República é que esse período de luto seja de três dias, anunciou o primeiro-ministro.

Luís Montenegro realçou a relação de amizade de Francisco com Portugal, país que visitou por duas vezes, no centenário das aparições de Fátima e na Jornada Mundial da Juventude. "Os portugueses despedem-se do Papa com gratidão", disse, salientando que este será fonte de inspiração para as gerações futuras.

Luís Montenegro manifestou o seu pesar pela morte de Francisco, que considerou ser “um exemplo para todos” e uma “fonte de inspiração espiritual e humana”.

Segundo o chefe do Governo, desde que foi eleito Papa, em 2013, Francisco foi "reconhecido por todas as fés e ideologias, como líder espiritual autêntico, ecuménico e comprometido com os desafios do mundo contemporâneo, como combate à pobreza, preservação do planeta e promoção da inclusão e justiça social e da paz".

"A sua mensagem foi sempre de esperança e apelo à construção de pontes e não muros", acrescentou.

Já antes, o primeiro-ministro dissera que Francisco deixa um singular legado de humanismo, empatia, compaixão e proximidade às pessoas e considerou que o melhor tributo a prestar será seguir os seus ensinamentos e exemplo.

Numa nota enviada à comunicação social, o primeiro-ministro apresenta “as mais sentidas condolências do Governo de Portugal à Santa Sé e a todos os católicos do mundo, entre os quais tantos milhões de portugueses”.

“Francisco foi um Papa extraordinário, que deixa um singular legado de humanismo, empatia, compaixão e proximidade às pessoas. As suas visitas a Portugal, no centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima e na Jornada Mundial da Juventude, marcaram o nosso país e geraram uma ligação muito forte do povo português com Sua Santidade”, refere-se na mesma nota.

Para o primeiro-ministro, “a melhor forma de honrar o seu tributo” será seguir no dia a dia, nas diferentes atividades, “os seus ensinamentos e o seu exemplo”.

"Uma voz corajosa em defesa da justiça social", salienta Pedro Nuno Santos

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, por seu lado, diz que foi com "profunda consternação" que recebeu a notícia da morte do Papa Francisco e recordou o papel do líder da Igreja Católica na defesa "dos que não têm voz".

"Foi com profunda consternação que recebi a notícia da morte de Sua Santidade o Papa Francisco. Ao longo do seu pontificado, o Papa Francisco foi uma voz corajosa em defesa da justiça social, da dignidade humana e da paz. A sua liderança espiritual transcendeu fronteiras religiosas e políticas, tornando-se uma referência ética e moral para milhões em todo o mundo. Foi um Papa dos pobres, dos excluídos, dos que não têm voz. Um defensor incansável do ambiente, da solidariedade entre os povos e da necessidade de uma economia mais justa. O seu legado ficará para sempre inscrito na história do nosso tempo", escreveu na rede social X, tendo expressado o mais sentido pesar, em nome próprio e do PS, "à Igreja Católica, à comunidade católica portuguesa e ao Vaticano".

"Que a sua memória continue a inspirar todos aqueles que acreditam num mundo mais humano, mais justo e mais fraterno", prosseguiu.

PCP fala em "Papa que marcou a Igreja", Chega elogia "exemplo para os que querem servir a causa pública"

O Partido Comunista Português também lamentou a morte do Papa Francisco, "um Papa que marcou a Igreja, os católicos e outros cristãos nesta fase da história da humanidade com uma grande proximidade às causas da Paz, de defesa dos direitos económicos e sociais e de justiça para os excluídos desta sociedade 'submetida a interesses financeiros'.

"As suas Encíclicas, designadamente Laudato Si’ e Fratelli Tutti, constituem um avanço importante na doutrina social da Igreja", salientam os comunistas.

"O PCP, que tem uma história de décadas e uma intervenção atual relevante com católicos e outros crentes, em diversas frentes de intervenção progressista, e onde tantos católicos participam nas lutas pela Paz e a transformação social, assinala a ação do Papa Francisco a favor do diálogo e contra a intolerância, e lamenta o seu falecimento e apresenta as suas condolências a todos os católicos e à Igreja Católica", conclui o PCP numa nota enviada às redações.

A coordenadora do Bloco de Esquerda recordou as últimas intervenções do Papa Francisco e alguma das lutas do líder da Igreja Católica durante o seu pontificado.

"Pediu a Paz. Nos últimos dias, exigiu o cessar-fogo em Gaza e opôs-se à corrida ao armamento. Condenou o ódio contra imigrantes e a "economia que mata". Fez opção pelos pobres e pelo cuidado da Terra, casa comum. Crentes ou não crentes, a todos Francisco deu esperança", escreveu Mariana Mortágua na rede social X.

O líder do Chega considerou que "hoje é um dia de tristeza e sofrimento para os cristãos do mundo inteiro".

"O Papa Francisco deixa uma marca inspiradora de proximidade e simplicidade que a todos tocou profundamente. Que a sua vida intensa seja um exemplo para todos os que querem servir a causa pública!", escreveu André Ventura na rede social X.

O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha lamentou “profundamente a notícia da morte do Papa Francisco”.

“Os meus pensamentos estão com a nossa comunidade católica, com a Igreja Católica, com o Vaticano e com aqueles que o Papa Francisco inspirou em todo o mundo. A todos, apresento as mais sentidas condolências”, lê-se numa publicação na rede social X.

O papa Francisco morreu esta segunda-feira aos 88 anos, depois de ter estado internado devido a uma pneumonia bilateral.

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